Histórico de Revisões
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Descrição |
Autor |
Revisora |
08/06/2025 |
1.0.0 |
Criação do documento |
Cédric Fabrice Lamalle |
Renata Cardoso de Oliveira |
1. Introdução
Recrutar para a área de TI apresenta desafios únicos. O jargão técnico, a rápida evolução das tecnologias e a dificuldade em avaliar as competências dos candidatos podem transformar o processo de seleção em um campo minado. A falta de compreensão aprofundada sobre o que cada profissional de TI realmente faz pode levar à criação de descrições de vagas inadequadas, atraindo perfis desalinhados com as necessidades reais da empresa. Isso resulta em tempo e recursos desperdiçados, tanto para os recrutadores quanto para os candidatos, e, no pior dos casos, em contratações equivocadas que podem comprometer projetos, desmotivar equipes e gerar custos significativos.
Por outro lado, um RH e uma gerência bem informados sobre os papéis de TI colhem inúmeros benefícios. Eles são capazes de elaborar descrições de vagas mais precisas e atraentes, realizar uma triagem de currículos mais eficaz, conduzir entrevistas mais produtivas e proporcionar uma melhor experiência ao candidato. Consequentemente, aumentam as chances de contratar o profissional certo para a função certa, otimizando o desempenho das equipes de tecnologia e impulsionando os resultados da organização. Este treinamento foi concebido para equipar os participantes com o conhecimento necessário para navegar com confiança no recrutamento de TI, transformando um desafio em uma oportunidade estratégica.
2. Tecnologias e definições gerais
Para entender os papéis técnicos, é útil primeiro esclarecer alguns conceitos básicos de tecnologia da informação. A seguir, apresentamos de forma simplificada (com analogias leigas) os principais termos e práticas:
2.1. Linguagens de Programação
Linguagens de programação são como línguas usadas para conversar com o computador. Assim como falamos português ou inglês para nos comunicar, desenvolvedores usam linguagens como Java, C# ou PHP para dar instruções às máquinas. Cada linguagem tem sua "gramática" (sintaxe) e uso preferencial. Por exemplo, Java e C# são muito usadas em empresas para sistemas de grande porte, enquanto PHP já foi amplamente adotada para sites na web. Em essência, uma linguagem de programação permite escrever sequências lógicas de comandos (algoritmos) que dizem ao computador o que fazer, similar a uma receita de bolo que o computador executa passo a passo.
2.2. Frameworks e Ferramentas de Desenvolvimento
Se programar é construir, frameworks são como fôrmas ou kits de construção pré-moldados que facilitam o trabalho. Em vez de começar do zero, um desenvolvedor pode usar um framework (estrutura de suporte) que já fornece componentes e atalhos para tarefas comuns. Por exemplo, no desenvolvimento web front-end, frameworks populares como React, Angular ou Vue.js fornecem estruturas prontas para criar interfaces interativas de forma mais fácil. Já no back-end, frameworks como Spring (Java) ou ASP.NET (C#) oferecem bases para criar APIs e lógica de negócio rapidamente. Além disso, há bibliotecas (libraries) menores que funcionam como ferramentas específicas – pense nelas como utensílios de cozinha especializados dentro do kit – para resolver problemas pontuais, por exemplo, uma biblioteca para gerar gráficos. Em resumo, frameworks e bibliotecas aceleram o desenvolvimento ao reutilizar soluções prontas, do mesmo modo que montar um móvel com peças pré-fabricadas é mais rápido do que serrar a madeira bruta.
2.3. Banco de Dados
Banco de dados é onde a informação fica guardada de forma organizada – imagine uma grande biblioteca ou planilha eletrônica, mas gerenciada por software. Nele, os dados (informações de clientes, produtos, transações etc.) são armazenados de maneira estruturada para rápida consulta e atualização. Por exemplo, quando você acessa seu internet banking e verifica saldo ou extrato, as informações vêm de um banco de dados. Existem bancos de dados relacionais (baseados em tabelas, como uma planilha – ex: PostgreSQL, SQL Server, Oracle, MySQL) e não relacionais (NoSQL, baseados em documentos, chaves etc., adequados para grande volume e alta velocidade – ex: MongoDB, Cassandra). Os especialistas em banco de dados usam uma linguagem chamada SQL para consultar e manipular os dados. Em suma, o banco de dados é o cérebro de memória das aplicações: tudo que precisa ser lembrado (um cadastro, uma venda, um post em rede social) acaba registrado ali para ser recuperado quando necessário.
2.4. DevOps e Práticas de Automação
"DevOps" é um termo que combina Dev (Desenvolvimento) e Ops (Operações) e representa uma cultura de colaboração entre desenvolvedores de software e a equipe de operações de TI. Antigamente, quem codificava o sistema e quem implantava/manutenção eram times separados; o DevOps surge para unir esses esforços, agilizando entregas. Em termos simples, DevOps é como um time multifuncional de cozinha num restaurante: todos trabalham juntos, chefs e garçons, para que o prato (o software) chegue ao cliente rápido e saboroso. Essa cultura enfatiza automação de processos repetitivos – por exemplo, utilizar ferramentas para automatizar testes, integrações e implantações de código (CI/CD – Integração Contínua/Entrega Contínua). Também engloba práticas modernas como uso de containers (uma espécie de "container virtual" que empacota uma aplicação e suas dependências, garantindo que rode em qualquer ambiente; ex: Docker), orquestração de containers (ex: Kubernetes, que gerencia múltiplos containers em produção) e Infrastructure as Code (IaC) – configurar servidores e infraestrutura via código/scripts (ex: Terraform, Pulumi, CloudFormation), ao invés de instalação manual. Existem soluções de automação de configuração de servidores como Ansible, Nix, Chef, Puppet. Essas práticas trazem velocidade e confiabilidade: imagine apertar um botão e todo o sistema novo ser testado e entregue automaticamente em minutos.
2.5. Infraestrutura de TI e Cloud
Infraestrutura de TI é o conjunto de recursos físicos e lógicos que suportam os sistemas, incluindo servidores, data centers, storages (armazenamento), redes e todo o ambiente necessário para executar as aplicações. É como a fundação e os alicerces de uma casa: se não estiver bem montada, nada funciona em cima. Tradicionalmente, a infraestrutura envolvia servidores físicos em um data center próprio da empresa (on-premise). Hoje, com a computação em nuvem (cloud), muitas organizações optam por utilizar data centers de terceiros (como AWS, Azure, Google Cloud), "alugando" capacidade de servidores, armazenamento e outros serviços conforme a necessidade, pagando sob demanda. Isso trouxe flexibilidade e agilidade, pois subir um servidor na cloud pode levar minutos, comparado a dias ou semanas para comprar e instalar um físico. Em resumo, a infraestrutura abrange desde máquinas e cabos até serviços virtuais, garantindo que o software tenha onde rodar. Também inclui conceitos como virtualização (vários servidores virtuais rodando em um físico) e contêineres (mencionados acima), que são partes da evolução de como gerenciamos recursos computacionais.
2.6. Redes de Computadores
As redes são o sistema nervoso da TI, conectando diferentes computadores e sistemas para poderem se comunicar. Quando você envia um e-mail ou acessa um site, seus dados trafegam por uma rede (local e pela internet). Em analogia, uma rede de computadores funciona como um sistema de estradas e rodovias, onde os roteadores e switches são as "interseções e sinalizações" que direcionam o tráfego de informação do ponto A ao B. Numa empresa, a rede local (LAN) conecta servidores, desktops, impressoras etc., permitindo troca de dados interna. Já a internet é uma rede mundial, interligando milhões de redes menores. Conceitos importantes incluem protocolos de comunicação (as "línguas" que as máquinas usam para conversar, como HTTP na web, SMTP para e-mail), endereçamento IP (o "CEP" de cada dispositivo na rede), além de segurança de rede (firewalls, VPNs, segmentação de rede, etc., para proteger a "autovia" da informação de invasores ou acidentes). Uma rede bem projetada garante rápida transmissão de dados e alta disponibilidade, assim como um bom sistema de transporte evita congestionamentos e falhas no caminho.
3. Perfis
3.1. Introdução
Para facilitar a compreensão do ecossistema de TI, os diversos cargos podem ser agrupados em categorias com base em seus macro-objetivos. Entender esses agrupamentos ajuda a criar um mapa mental de como as diferentes funções se interconectam e colaboram para o funcionamento da tecnologia em uma organização.
Se o cliente decide, por exemplo, investir fortemente na área de Dados e Inteligência Artificial, será necessário não apenas contratar Cientistas de Dados, mas também Engenheiros de Dados para preparar a infraestrutura de dados, arquitetos de Dados para definir a estrutura e, possivelmente, analistas de BI para comunicar os resultados às áreas de negócio. Essa visão agrupada facilita o entendimento do papel dos diversos cargos e a diferença entre eles.
A seguir, apresentamos os principais grupos de cargos que serão detalhados no próximo módulo:
- Desenvolvimento de Software
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Este grupo é responsável pela concepção, criação, teste e manutenção das aplicações e sistemas que utilizamos no dia a dia. Desde aplicativos em nossos celulares até complexos sistemas de gestão empresarial, os profissionais desta área transformam ideias e necessidades em soluções funcionais.
- Arquitetura de Sistemas e Soluções
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Os arquitetos de TI são os planejadores e designers das estruturas tecnológicas. Eles definem como os diferentes componentes de software, hardware e redes devem ser organizados e interconectados para atender aos requisitos técnicos e de negócio, garantindo que as soluções sejam robustas, escaláveis e seguras.
- Dados e Inteligência Artificial
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Em um mundo cada vez mais orientado por dados, este grupo de profissionais foca na coleta, armazenamento, processamento, análise e interpretação de grandes volumes de informações. O objetivo é extrair visões valiosas, construir modelos preditivos e desenvolver soluções de inteligência artificial que possam otimizar processos, personalizar experiências e embasar decisões estratégicas.
- Infraestrutura, Operações e Cloud
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Este grupo gerencia a fundação tecnológica que suporta todas as aplicações e serviços de uma empresa. Isso inclui servidores, sistemas operacionais, redes, bancos de dados e, cada vez mais, os ambientes de computação em nuvem (cloud computing). Eles garantem que a infraestrutura esteja disponível, funcional e segura.
Outro aspecto a considerar aqui é a segurança da informação, com o aumento das ameaças cibernéticas, esta atividade é muito importante. São os guardiões dos ativos digitais da empresa, responsáveis por proteger os sistemas, redes e dados contra acessos não autorizados, ataques e outras vulnerabilidades, garantindo a confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações.
- Qualidade, Experiência e Design
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O foco aqui é garantir que os sistemas de TI não apenas funcionem corretamente, mas que também sejam fáceis, intuitivos e agradáveis de usar. Profissionais deste grupo são responsáveis por testar a qualidade do software, projetar a experiência do usuário (UX) e criar interfaces visualmente atraentes (UI).
- Gestão, Metodologia e Liderança Técnica
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Este grupo engloba os papéis responsáveis por organizar as equipes de TI, gerenciar projetos, implementar metodologias de trabalho (como as metodologias ágeis) e fornecer orientação técnica para garantir que os objetivos sejam alcançados de forma eficiente e com alta qualidade.
Para cada papel, veremos os seguintes aspectos:
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Atividades do dia a dia
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Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Interações na equipe/empresa
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Palavras-chave importantes
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Considerações para o RH e o Recrutador
3.2. Desenvolvimento de Software
3.2.1. Desenvolvedor Frontend
- Atividades do dia a dia
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O Desenvolvedor Frontend é responsável pela interface com o usuário (UI – User Interface). Ele constrói a parte visual e interativa de um site ou aplicação web com a qual o usuário final interage diretamente – pense nisso como o "palco" de um espetáculo. Seu trabalho consiste em traduzir designs (geralmente criados por Designers UX/UI) em código funcional, garantindo que a interface seja responsiva (adapte-se a diferentes tamanhos de tela, como desktops, tablets e celulares) e funcione corretamente em diversos navegadores.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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As pedras angulares do desenvolvimento frontend são HTML (HyperText Markup Language), para estruturar o conteúdo; CSS (Cascading Style Sheets), para estilizar e dar aparência visual; e JavaScript, para adicionar interatividade e dinamismo. Além disso, é comum o uso de frameworks e bibliotecas JavaScript e Typescript populares como React, Angular ou Vue.js, que agilizam o desenvolvimento e ajudam a criar interfaces complexas. Ferramentas de design como Figma ou Sketch são frequentemente consultadas para entender os layouts e especificações visuais. Frameworks CSS como Bootstrap e Tailwind podem ser usados para auxiliar na criação de layouts responsivos.
- Interações na equipe/empresa
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Desenvolvedores Frontend trabalham em estreita parceria com Designers UX/UI, para transformar os designs em realidade digital; com Desenvolvedores Backend, para consumir dados e integrar a lógica de negócios que vem do servidor; e com Analistas de QA (Quality Assurance), que testam a funcionalidade e a aparência da interface.
- Palavras-chave importantes
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HTML, CSS, JavaScript, React, Angular, Vue.js, UI, UX (compreensão dos princípios), responsividade, Single Page Application (SPA), cross-browser compatibility, performance web.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Além da proficiência nas tecnologias mencionadas, é valioso buscar em um Desenvolvedor Frontend um bom senso estético e uma preocupação genuína com a experiência do usuário (UX). A capacidade de colaborar efetivamente com designers e de traduzir fielmente suas visões em código é um diferencial importante. Um desenvolvedor que apenas codifica sem considerar a usabilidade ou a estética pode criar interfaces que são tecnicamente funcionais, mas que resultam em uma experiência pobre para o usuário, impactando negativamente a adoção e o sucesso do produto. Perguntas sobre como o candidato aborda a usabilidade ou como colabora com equipes de design podem ser mais reveladoras do que simplesmente listar os frameworks que ele conhece.
3.2.2. Desenvolvedor Backend
- Atividades do dia a dia
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O Desenvolvedor Backend atua nos "bastidores" de uma aplicação, ou seja, em tudo aquilo que o usuário não vê diretamente, mas essencial para o funcionamento do sistema. Ele é responsável por desenvolver e manter a lógica do servidor, gerenciar bancos de dados, construir e manter APIs (Application Programming Interfaces – que permitem a comunicação entre diferentes sistemas ou partes de um sistema) e garantir que os dados sejam processados, armazenados e entregues de forma segura e eficiente para o frontend ou outros serviços. Dependendo do nível de senioridade ele pode participar da modelagem (plenos e seniores).
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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O arsenal de um Desenvolvedor Backend inclui diversas linguagens de programação, como:
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Java com frameworks como Spring, Quarkus, JPA, Hibernate
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Python com Django, FastAPI ou Flask, Ruby (com Ruby on Rails),
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PHP com Laravel ou Symfony
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Node.js, que permite usar JavaScript no backend, geralmente com os frameworks Express.js e NestJS
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C# com a plataforma.NET e bibliotecas como ASP.Net, Entity Framework
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Eles também trabalham extensivamente com bancos de dados, tanto relacionais (SQL), como PostgreSQL, MySQL, SQL Server, quanto NoSQL, como MongoDB, Redis ou Cassandra. O desenvolvimento e consumo de APIs, especialmente no padrão REST ou GraphQL, é uma tarefa comum. Ferramentas de conteinerização como Docker para reproduzir o ambiente de execução localmente. Orquestradores como Kubernetes são cada vez mais utilizados para a implantação e gerenciamento de aplicações backend, e os desenvolvedores mais seniores devem saber das especificidades de execução (restrições de recursos) e configuração.
- Interações na equipe/empresa
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Desenvolvedores Backend colaboram de perto com Desenvolvedores Frontend, fornecendo os dados e a lógica que suas interfaces precisam. Interagem também com DBAs (Administradores de Banco de Dados) para questões relacionadas ao desempenho e estrutura dos bancos de dados, com Arquitetos de Software para decisões sobre a arquitetura do sistema, e com Engenheiros DevOps para os processos de implantação e manutenção da infraestrutura.
- Palavras-chave importantes
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Nome da linguagem/framework principal (ex: Java, Spring, Python, Django, Node.js, Express.js, C#,.NET), API, REST, GraphQL, Microsserviços, SQL, NoSQL, Docker, Kubernetes, Segurança de Aplicações, Performance de Servidor.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Ao avaliar um Desenvolvedor Backend, procure por uma forte capacidade de pensamento lógico, habilidade na resolução de problemas complexos e um bom entendimento de estruturas de dados, algoritmos e design de sistemas. A preocupação com a performance, escalabilidade e segurança do lado do servidor é vital. O backend é o motor da aplicação; falhas ou gargalos aqui podem comprometer toda a experiência do usuário, levar à perda de dados ou criar brechas de segurança. Um bom desenvolvedor backend pensa de forma sistêmica e constrói soluções robustas e confiáveis. É mais do que conhecer uma linguagem; é sobre a capacidade de construir e manter sistemas complexos que funcionem de maneira eficiente e segura.
| Na maioria dos contratos são contratados Desenvolvedores Full Stack ou Desenvolvedores Frontend, mas, pode haver a necessidade de Desenvolvedores Backend. |
3.2.3. Desenvolvedor Full-Stack
- Atividades do dia a dia
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O Desenvolvedor Full-Stack é um profissional polivalente, capaz de atuar tanto no desenvolvimento frontend (a interface com o usuário) quanto no backend (a lógica do servidor e banco de dados) de uma aplicação. Ele compreende todo o ciclo de desenvolvimento de software e consegue transitar entre as diferentes camadas de uma aplicação, sendo "a cola que une todas as peças", criando aplicações completas.
| Geralmente os desenvolvedores Backend atuam também como Fullstack, com menos preocupação com usabilidade. |
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Um Desenvolvedor Full-Stack precisa ter conhecimento em um conjunto de tecnologias que abranja ambas as áreas. No frontend, isso inclui HTML, CSS, JavaScript e frameworks como React, Angular ou Vue.js. No backend, pode envolver linguagens como Node.js (com JavaScript), Python, Java, Ruby, PHP ou C#, juntamente com seus respectivos frameworks, além de conhecimento em bancos de dados (SQL e NoSQL) e criação de APIs.
- Interações na equipe/empresa
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Dada a sua natureza abrangente, o Desenvolvedor Full-Stack pode interagir com uma vasta gama de profissionais, incluindo designers UX/UI, outros desenvolvedores (tanto frontend quanto backend), QAs, gerentes de produto e, em alguns casos, até com a equipe de infraestrutura ou DevOps.
- Palavras-chave importantes
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"Full-Stack", é a combinação de tecnologias de frontend (ex: React, Angular) e backend (ex: Java, PHP, C#, Node.js, Python, SQL) no mesmo perfil.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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É importante notar que o termo "Full-Stack" pode, por vezes, ser utilizado de forma um pouco inflacionada no mercado. Um verdadeiro Desenvolvedor Full-Stack, com profundidade e experiência significativas em ambas as frentes, é um profissional valioso e, por vezes, raro. Ao avaliar candidatos, investigue a experiência prática em projetos que efetivamente cobriram todo o ciclo, do frontend ao backend. Muitas vezes, profissionais se intitulam Full-Stack, mas possuem um domínio mais acentuado em uma das áreas (frontend ou backend) e um conhecimento mais superficial na outra. Compreender a necessidade específica do projeto (onde está a maior demanda de esforço? No frontend ou no backend?) pode ajudar a direcionar a busca e a avaliação.
Diferenças cruciais entre Desenvolvedor Frontend e Full-Stack: A principal diferença reside no escopo de atuação. Enquanto o Desenvolvedor Frontend é um especialista na camada de apresentação e interação com o usuário, o Desenvolvedor Full-Stack possui um conhecimento mais amplo, englobando também as responsabilidades do backend.
| Característica | Desenvolvedor Frontend | Desenvolvedor Full-Stack |
|---|---|---|
Foco Principal |
Interface do Usuário (UI), lado do cliente |
Frontend E Backend (UI, lógica de servidor, banco de dados) |
Tecnologias-chave |
HTML, CSS, JavaScript, React, Angular, Vue |
Tecnologias de Frontend + Node.js, Python, Java, SQL, etc. |
Profundidade |
Especialista na camada de apresentação |
Generalista com bom conhecimento em ambas as camadas |
3.2.4. Desenvolvedor Mobile (iOS/Android, Nativo/Híbrido)
- Atividades do dia a dia
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O Desenvolvedor Mobile é o especialista na criação de aplicativos para dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Este profissional pode ser focado no desenvolvimento para uma plataforma específica, como iOS (da Apple) ou Android (do Google), utilizando as linguagens e ferramentas nativas de cada uma. Alternativamente, pode desenvolver aplicativos que funcionam em ambas as plataformas (e outras) utilizando tecnologias de desenvolvimento híbrido ou multiplataforma, que permitem reutilizar parte do código. Suas responsabilidades abrangem desde o planejamento e design da arquitetura do aplicativo até a implementação, testes e publicação nas lojas de aplicativos (App Store e Google Play).
| Geralmente a escolha de usar nativo ou híbrido é mais uma questão de performance. Os aplicativos nativos têm um tempo de latência menor do que os híbridos o que pode ser importante em aplicações onde o tempo de resposta deve ser muito baixo, por exemplo, em jogos, aplicações de realidade virtual. Outro ponto a levar em conta é a segurança, por exemplo, aplicações de banco que precisam de acesso à biometria e criptografia de hardware. |
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Desenvolvimento Nativo iOS: A linguagem principal é Swift, com Objective-C ainda presente em projetos legados. A IDE (Ambiente de Desenvolvimento Integrado) padrão é o Xcode.
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Desenvolvimento Nativo Android: As linguagens mais comuns são Kotlin (preferência atual) e Java. A IDE padrão é o Android Studio.
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Desenvolvimento Multiplataforma/Híbrido: Existem diversas opções, como React Native (baseado em JavaScript e React), Flutter (desenvolvido pelo Google, usando a linguagem Dart) e Xamarin da Microsoft, usando C#, mas está abandonando pelo MAUI.
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Outras tecnologias incluem o consumo de APIs para comunicação com servidores, bancos de dados locais (como SQLite), ferramentas de controle de versão (como Git) e a base em segurança na parte de gestão de certificados.
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- Interações na equipe/empresa
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Desenvolvedores Mobile colaboram com Designers UX/UI para criar interfaces intuitivas e visualmente agradáveis para telas menores, com Desenvolvedores Backend para integrar os aplicativos com serviços e dados do servidor por APIs, e com Analistas de QA para realizar testes em uma variedade de dispositivos e versões de sistemas operacionais.
- Palavras-chave importantes
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iOS, Android, Swift, Objective-C, Kotlin, Java (para Android), React Native, Flutter, Xamarin, Maui, Xcode, Android Studio, API, UX/UI mobile, Google Play Store, Apple App Store.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Ao recrutar um Desenvolvedor Mobile, é fundamental entender se a necessidade da empresa é para desenvolvimento nativo ou multiplataforma. O desenvolvimento nativo geralmente oferece melhor performance e acesso total aos recursos do dispositivo, mas exige equipes separadas (ou desenvolvedores com ambas as competências) para iOS e Android. O desenvolvimento multiplataforma pode acelerar o tempo de lançamento e reduzir custos ao compartilhar código, mas pode apresentar algumas limitações de performance ou acesso a funcionalidades muito específicas do sistema operacional. A experiência do candidato com o ciclo de publicação de aplicativos nas respectivas lojas (Apple App Store, Google Play Store), incluindo o conhecimento de suas diretrizes, também é um diferencial relevante.
3.2.5. Desenvolvedor Mainframe (COBOL/CICS)
- Atividades do dia a dia
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O Desenvolvedor Mainframe trabalha com sistemas computacionais de grande porte, conhecidos como mainframes. Esses são computadores extremamente robustos, seguros e com alta capacidade de processamento, utilizados por grandes corporações – como bancos, seguradoras, companhias aéreas e órgãos governamentais – para processar volumes massivos de transações e gerenciar dados críticos de forma contínua e confiável. Este desenvolvedor é responsável por criar, manter e modernizar aplicações que rodam nesses ambientes, muitas vezes escritas em linguagens de programação mais antigas, como COBOL (Common Business-Oriented Language), e utilizando sistemas de gerenciamento de transações como o CICS (Customer Information Control System). Eles garantem que sistemas essenciais, como processamento de transações financeiras ou gestão de cadastros governamentais, funcionem sem falhas.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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As principais tecnologias incluem a linguagem COBOL, JCL (Job Control Language – para controlar o processamento de batch), CICS (para processamento de transações online), bancos de dados relacionais para mainframe como o DB2, e sistemas de arquivos como VSAM. O ambiente de desenvolvimento envolve geralmente o uso de emuladores de terminal para interagir com o mainframe e suas ferramentas específicas.
- Interações na equipe/empresa
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Desenvolvedores Mainframe colaboram com outros desenvolvedores da mesma plataforma, analistas de sistemas que possuem um profundo conhecimento das regras de negócio implementadas nesses sistemas legados, e com as equipes de operação e suporte de mainframe, que cuidam da infraestrutura e da execução dos programas.
- Palavras-chave importantes
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Mainframe, COBOL, CICS, JCL, DB2, z/OS (sistema operacional de mainframes da IBM), Natural, TSO/ISPF, "sistemas legados", "alta plataforma", "batch processing", "online transaction processing" (OLTP).
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Este é um perfil de desenvolvedor muito específico e, frequentemente, composto por profissionais com muitos anos de experiência. Apesar da idade de algumas tecnologias, a demanda por Desenvolvedores Mainframe persiste devido à criticidade e à dificuldade de migrar muitos dos sistemas que ainda rodam nessas plataformas. Um dos principais desafios no recrutamento para esta área é a escassez de novos talentos, já que menos desenvolvedores iniciantes optam por se especializar em tecnologias de mainframe. Portanto, estratégias de recrutamento podem precisar focar em profissionais experientes que buscam estabilidade e a oportunidade de trabalhar com sistemas de missão crítica, ou em programas de formação e requalificação para atrair novos talentos para essa área. A retenção desses profissionais também é um ponto crucial, dado o conhecimento especializado que possuem
3.3. Dados e Inteligência Artificial
Este grupo de profissionais é fundamental para transformar dados brutos em visões, conhecimento e ações estratégicas, utilizando técnicas analíticas e de inteligência artificial.
3.3.1. Cientista de Dados (Data Scientist)
- Atividades do dia a dia
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O Cientista de Dados é um profissional altamente analítico que tem a missão de extrair conhecimento e valor de grandes volumes de dados, sejam eles estruturados ou não. Ele formula hipóteses e perguntas de negócio que podem ser respondidas através da análise de dados, aplica métodos estatísticos rigorosos, desenvolve algoritmos de Machine Learning (Aprendizado de Máquina) e constrói modelos preditivos para identificar tendências, fazer previsões, otimizar processos e criar soluções baseadas em dados. Uma parte crucial do seu trabalho é comunicar os achados complexos de forma clara e compreensível para as áreas de negócio, auxiliando na tomada de decisões estratégicas.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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As linguagens de programação mais populares para Ciência de Dados são Python (com suas vastas bibliotecas como Pandas para manipulação de dados, NumPy para computação numérica, Scikit-learn para Machine Learning, TensorFlow e PyTorch para Deep Learning) e R (especialmente forte em estatística). SQL é essencial para consultar e extrair dados de bancos de dados. Ferramentas de visualização de dados como Tableau, Power BI ou bibliotecas Python (Matplotlib, Seaborn) são usadas para apresentar os resultados. É fundamental ter um sólido conhecimento de estatística, probabilidade, álgebra linear e algoritmos de Machine Learning. Familiaridade com conceitos de Big Data (como Hadoop e Spark) também pode ser necessária, dependendo do volume e da natureza dos dados.
- Interações na equipe/empresa
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Cientistas de Dados trabalham em colaboração com Engenheiros de Dados, que fornecem os dados limpos e preparados para análise; com Analistas de Negócios, para entender os problemas e desafios das áreas de negócio; e com gestores e executivos, para apresentar os resultados das análises e as recomendações.
- Palavras-chave importantes
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Machine Learning, Inteligência Artificial (IA), Python, R, Estatística, Modelagem Preditiva, Deep Learning, NLP (Processamento de Linguagem Natural), Big Data, Análise Preditiva, Algoritmos, Data Mining.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Este é um papel que exige uma combinação de habilidades técnicas (programação, estatística, Machine Learning), capacidade analítica aguçada, curiosidade intelectual e, muito importante, excelentes habilidades de comunicação. O Cientista de Dados não é apenas um programador; ele é um investigador e um contador de histórias que usa dados para desvendar padrões ocultos ou prever cenários futuros, como destacado em ao mencionar seu papel em "pensar em perguntas". Formação acadêmica avançada (mestrado ou doutorado em áreas quantitativas como Estatística, Ciência da Computação, Matemática, Física ou Engenharia) é comum e muitas vezes valorizada para este cargo. Ao avaliar um candidato, é tão importante verificar sua capacidade de formular problemas e explicar modelos complexos de forma simples quanto suas habilidades técnicas.
3.3.2. Engenheiro de Dados (Data Engineer)
- Atividades do dia a dia
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O Engenheiro de Dados é o arquiteto e construtor da fundação sobre a qual todo o trabalho de análise de dados e ciência de dados é realizado. Ele projeta, desenvolve, testa e mantém a infraestrutura de dados, incluindo os pipelines (fluxos de dados automatizados) para coleta, ingestão, transformação (processos de ETL – Extract, Transform, Load ou ELT – Extract, Load, Transform), armazenamento e disponibilização de grandes volumes de dados. Seu objetivo principal é garantir que os dados estejam corretos, consistentes, seguros, disponíveis e acessíveis de forma eficiente para os Cientistas de Dados, Analistas de Dados e outras aplicações que consomem esses dados.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Engenheiros de Dados utilizam uma vasta gama de ferramentas e tecnologias, incluindo linguagens de programação como Python, Scala ou Java; tecnologias de Big Data como Apache Spark, Apache Hadoop e Apache Kafka (para streaming de dados); bancos de dados relacionais (SQL) e NoSQL; Data Warehouses (como Snowflake, Amazon Redshift, Google BigQuery) e Data Lakes. Ferramentas de orquestração de workflow e pipelines de dados, como Apache Airflow ou Apache NiFi, são cruciais para automatizar os fluxos de dados. Plataformas de nuvem (AWS, Azure, GCP) e seus respectivos serviços de dados (como AWS S3, AWS Glue, Azure Data Factory, Google Cloud Storage, Databricks) são amplamente utilizadas.
- Interações na equipe/empresa
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Os Engenheiros de Dados são os principais fornecedores de dados para os Cientistas de Dados e Analistas de Dados. Eles também interagem com Desenvolvedores Backend (que geram muitos dos dados de origem), Arquitetos de Dados (para o design geral da arquitetura de dados) e, ocasionalmente, com DBAs.
- Palavras-chave importantes
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ETL, ELT, Data Pipeline, Apache Spark, Apache Hadoop, Apache Kafka, Data Warehouse, Data Lake, Python, Scala, SQL, Big Data, AWS, Azure, GCP, Databricks, Airflow, Workflow, transformação de dados.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Fortes habilidades de programação, conhecimento de sistemas distribuídos, bancos de dados e tecnologias de cloud são essenciais para um Engenheiro de Dados. Pense nele como o "engenheiro civil" do mundo dos dados, responsável por construir as "estradas, pontes e aquedutos" que permitem que os dados fluam de forma confiável. Sem o trabalho do Engenheiro de Dados, os Cientistas de Dados e Analistas não teriam "matéria-prima" de qualidade para trabalhar. A referência é clara ao afirmar que o engenheiro "tem como foco a infraestrutura e a preparação dos dados para análise". Contratar um Cientista de Dados para um ambiente com dados complexos e volumosos sem o suporte de um Engenheiro de Dados (ou alguém que desempenhe esse papel) pode levar a projetos que não avançam e a uma grande frustração.
Diferenças cruciais entre Cientista de Dados e Engenheiro de Dados: Esta é uma das distinções mais importantes e, por vezes, confusas na área de dados. A tabela abaixo, ajuda a clarear os papéis:
| Característica | Cientista de Dados | Engenheiro de Dados |
|---|---|---|
Foco Principal |
Análise, modelagem estatística, previsão, geração de visões |
Construção e manutenção da infraestrutura e pipelines de dados, ETL/ELT, qualidade e disponibilidade dos dados |
O que constrói |
Modelos de Machine Learning, algoritmos, visualizações de dados, relatórios analíticos |
Data lakes, data warehouses, pipelines de dados robustos e escaláveis |
Pergunta chave |
"O que podemos aprender e prever com esses dados?" |
"Como podemos coletar, armazenar e fornecer dados confiáveis e acessíveis em escala?" |
Principal Habilidade |
Estatística, Machine Learning, programação em Python, R, comunicação de resultados |
Programação (Python, Scala, Java), tecnologias de Big Data (Spark, Hadoop), bancos de dados, cloud computing, SQL, automação de processos |
3.3.3. Analista de Dados (Data Analyst)
- Atividades do dia a dia
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O Analista de Dados é responsável por coletar dados de diversas fontes, limpá-los, processá-los e, principalmente, analisá-los para identificar tendências, padrões e insights que possam ajudar a empresa a tomar decisões mais informadas e estratégicas. Eles frequentemente criam relatórios, dashboards interativos e visualizações de dados para comunicar suas descobertas de forma clara e acessível para as áreas de negócio. Seu foco tende a ser em dados históricos e atuais, buscando entender o que aconteceu (análise descritiva) e por que aconteceu (análise diagnóstica).
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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SQL é uma habilidade fundamental para extrair e manipular dados de bancos de dados. Microsoft Excel, em nível avançado, ainda é amplamente utilizado para análises e relatórios. Ferramentas de Business Intelligence (BI) e visualização de dados são essenciais, como Tableau, Microsoft Power BI, Qlik Sense ou Google Data Studio. Linguagens de programação como Python (com bibliotecas como Pandas e Matplotlib/Seaborn) ou R podem ser usadas para análises mais complexas e automação de tarefas, embora talvez não com a mesma profundidade de um Cientista de Dados.
- Interações na equipe/empresa
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Analistas de Dados geralmente trabalham em estreita colaboração com diversos departamentos de negócios, como Marketing, Vendas, Finanças e Operações, para entender suas necessidades de informação e fornecer análises relevantes. Também podem interagir com Analistas de Negócios e gestores de diversas áreas.
- Palavras-chave importantes
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SQL, Excel, Tableau, Power BI, Qlik, Google Data Studio, Data Visualization, Relatórios, Dashboards, Análise de Dados, Google Analytics (para dados web), Mineração de Dados (básica).
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Busque candidatos com forte capacidade analítica, atenção meticulosa aos detalhes e, crucialmente, a habilidade de transformar dados brutos em "histórias" compreensíveis e acionáveis por visualizações e relatórios claros. A curiosidade intelectual e o pensamento crítico para questionar os dados e ir além do óbvio são características valiosas. Um bom Analista de Dados não apenas gera gráficos e relatórios, mas também garante a precisão dos dados subjacentes e a validade das conclusões extraídas, tornando os dados acessíveis e úteis para quem não é especialista.
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Diferenças cruciais:
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Com Cientista de Dados: O Analista de Dados tende a focar mais em análises descritivas (o que aconteceu?) e diagnósticas (por que aconteceu?), utilizando dados históricos e atuais. O Cientista de Dados, por outro lado, se aprofunda mais em análises preditivas (o que vai acontecer?) e prescritivas (o que devemos fazer a respeito?), empregando modelos estatísticos mais complexos e algoritmos de Machine Learning.
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Com Analista de Negócios: enquanto os Analistas de Dados se concentram na análise de conjuntos de dados para identificar padrões e tendências, os Analistas de Negócios focam em entender as necessidades do negócio e em fornecer recomendações estratégicas utilizando os dados e visões fornecidas pelos analistas de dados (e outras fontes). O Analista de Dados fornece o "o quê" e o "porquê" dos dados, e o Analista de Negócios ajuda a traduzir isso para o "e agora, o que fazemos?" em termos de estratégia de negócio.
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3.3.4. Administrador de Banco de Dados (DBA - Database Administrator)
- Atividades do dia a dia
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O Administrador de Banco de Dados (DBA) é o guardião dos sistemas de gerenciamento de banco de dados (SGBDs) de uma organização. Suas responsabilidades centrais incluem a instalação, configuração, monitoramento, manutenção, segurança, otimização de performance e recuperação de bancos de dados. O DBA garante que os dados estejam sempre disponíveis quando necessários, que sua integridade seja mantida, ou seja, que os dados sejam corretos, consistentes e protegidos contra acessos não autorizados ou perdas. Ele trabalha diretamente com a infraestrutura tecnológica do banco de dados.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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DBAs são especialistas em SGBDs específicos, como Oracle Database, Microsoft SQL Server, MySQL, PostgreSQL (todos os bancos de dados relacionais), ou bancos de dados NoSQL como MongoDB ou Cassandra. Eles utilizam ferramentas de monitoramento de performance, utilitários de backup e recuperação, ferramentas de tuning (otimização) de consultas e do próprio SGBD, e linguagens de script (como SQL, PL/SQL, T-SQL, Shell Script) para automatizar tarefas e gerenciar o banco.
- Interações na equipe/empresa
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DBAs colaboram frequentemente com Desenvolvedores de software (que criam as aplicações que acessam os bancos de dados), Engenheiros de Infraestrutura (que cuidam dos servidores e do armazenamento onde os bancos de dados residem) e Analistas de Segurança da Informação (para garantir a segurança dos dados).
- Palavras-chave importantes
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Nome do SGBD específico (ex: Oracle DBA, SQL Server DBA, MySQL DBA, PostgreSQL DBA), Backup e Recovery, Performance Tuning, Otimização de Consultas, Segurança de Dados, Instalação, Configuração, Migração de Dados, Alta Disponibilidade (HA), Disaster Recovery (DR).
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Este é um papel eminentemente técnico, focado na saúde, eficiência e segurança do(s) banco(s) de dados. A experiência prática e profunda com o SGBD específico utilizado pela empresa é geralmente um requisito crucial. Em organizações menores, as responsabilidades de DBA podem ser acumuladas por um Desenvolvedor Backend experiente ou por um Engenheiro de Infraestrutura. É importante notar que, com a crescente adoção de serviços de banco de dados gerenciados na nuvem (DBaaS – Database as a Service), algumas tarefas tradicionais de infraestrutura do DBA (como instalação de patches ou backups básicos) são automatizadas pelo provedor de nuvem. No entanto, a necessidade de design de banco de dados, otimização de performance, gerenciamento de segurança e planejamento de capacidade continua sendo vital, muitas vezes com um foco mais estratégico e menos operacional.
3.3.5. Administrador de Dados (Data Administrator - DA)
- Atividades do dia a dia
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Diferentemente do DBA, que tem um foco técnico na plataforma do banco de dados, o Administrador de Dados (DA) desempenha uma função mais estratégica e voltada para a governança dos dados como um ativo organizacional. O DA é responsável pela gestão geral dos recursos de dados em uma empresa, o que inclui definir e manter políticas de dados, padrões de nomenclatura e formato, garantir a qualidade dos dados, gerenciar metadados (dados sobre os dados), e assegurar a conformidade com regulamentações (como LGPD no Brasil ou GDPR na Europa). Enquanto o DBA se preocupa com o "como" os dados são armazenados e acessados tecnicamente, o DA foca no "o quê", "porquê" e "para quem" dos dados, cuidando de sua semântica, uso e proteção em um nível mais conceitual e de negócio.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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O DA utiliza ferramentas de modelagem de dados (como Erwin Data Modeler ou ER/Studio) para criar modelos de dados lógicos e conceituais, ferramentas de catálogo de dados para documentar e organizar os metadados da empresa, soluções de qualidade de dados (data quality) para monitorar e melhorar a precisão dos dados, e possui um forte conhecimento de regulamentações de privacidade e proteção de dados.
- Interações na equipe/empresa
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O Administrador de Dados interage com uma ampla gama de stakeholders, incluindo unidades de negócio (para entender os requisitos de dados e definir o significado dos dados), DBAs (para alinhar as políticas com a implementação técnica), Arquitetos de Dados, equipes de Compliance, Jurídico e Segurança da Informação.
- Palavras-chave importantes
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Governança de Dados (Data Governance), Qualidade de Dados (Data Quality), Metadados (Metadata Management), Modelagem de Dados (Conceitual e Lógica), Políticas de Dados, LGPD, GDPR, DAMA DMBOK (framework de referência para gestão de dados), Arquitetura de Dados (ao nível conceitual).
- Considerações para o RH e o Recrutador
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O perfil de um Administrador de Dados geralmente combina um forte entendimento do negócio e dos processos da empresa com um conhecimento sólido sobre princípios de gestão e governança de dados. Não é necessariamente um especialista técnico em um SGBD específico, como o DBA. Habilidades de comunicação, negociação e influência são cruciais, pois o DA precisa definir e implementar políticas de dados que afetam diversas áreas da organização. Em muitas empresas, especialmente as menores, as funções de DA e DBA podem ser sobrepostas ou uma delas pode não existir formalmente. No entanto, com a crescente importância da governança de dados (impulsionada por regulamentações como a LGPD e pela necessidade de dados confiáveis para a tomada de decisão), o papel do Administrador de Dados está se tornando cada vez mais proeminente e reconhecido.
Diferenças cruciais entre DBA e Administrador de Dados: Esta é uma distinção fundamental, muitas vezes fonte de confusão. A tabela abaixo, baseada em e nas descrições dos papéis, esclarece as diferenças:
| Característica | Cientista de Dados | Engenheiro de Dados |
|---|---|---|
Foco Principal |
Administrador de Banco de Dados (DBA) |
Administrador de Dados (DA) |
Escopo |
Gerenciamento físico e técnico do(s) banco(s) de dados. |
Gerenciamento do ciclo de vida e do valor dos dados como um ativo organizacional. |
Responsabilidades-chave |
Instalação, configuração, backup, recovery, tuning, segurança técnica da plataforma. |
Definição de dados, modelagem lógica, gerenciamento de metadados, garantia da qualidade dos dados, conformidade com regulamentações. |
Interação com Dados |
Como os dados são armazenados, acessados e protegidos na plataforma tecnológica. |
O que os dados significam, como são definidos, como são usados de forma correta e ética, e como sua qualidade é mantida. |
O DA se preocupa com o dado em si como um ativo estratégico, enquanto o DBA se preocupa com a tecnologia que armazena e gerencia esse dado.
3.3.6. Analista de BI (Business Intelligence)
- Atividades do dia a dia
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O Analista de Business Intelligence (BI) é o profissional focado em transformar dados brutos de negócios em informações acionáveis que suportem a tomada de decisão estratégica e tática dentro de uma organização. Ele é responsável por coletar dados de diversas fontes (sistemas internos, bancos de dados, planilhas, etc.), organizá-los, limpá-los e, principalmente, analisá-los para identificar tendências, padrões, oportunidades e problemas. Uma parte significativa do seu trabalho envolve a criação e manutenção de relatórios gerenciais, dashboards interativos e visualizações de dados que apresentam as informações de forma clara, concisa e compreensível para os usuários de negócio. O objetivo é permitir que gestores e equipes entendam o desempenho passado e presente da empresa, monitorem indicadores chave de performance (KPIs) e tomem decisões mais embasadas.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Analistas de BI são proficientes em ferramentas de BI e visualização de dados líderes de mercado, como Microsoft Power BI, Tableau, Qlik Sense, e Google Data Studio/Looker. SQL é uma habilidade essencial para extrair e manipular dados de bancos de dados e data warehouses. Conhecimento de Excel em nível avançado também é comum. Eles podem trabalhar com data warehouses (DW) e entender conceitos de modelagem de dados dimensional (como esquemas estrela e floco de neve), otimizados para análise. Ferramentas de ETL (Extract, Transform, Load) podem ser utilizadas para preparar os dados para análise, embora essa tarefa possa ser mais focada em Engenheiros de Dados em equipes maiores.
- Interações na equipe/empresa
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Analistas de BI trabalham em estreita colaboração com as diversas áreas de negócio da empresa (como Vendas, Marketing, Finanças, Operações, RH) para entender suas necessidades de informação, definir KPIs e desenvolver relatórios e dashboards que atendam a essas demandas. Eles também podem interagir com Engenheiros de Dados (para garantir o acesso e a qualidade dos dados no data warehouse), DBAs e, em alguns casos, com Cientistas de Dados.
- Palavras-chave importantes
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Business Intelligence (BI), Power BI, Tableau, Qlik, SQL, Data Warehouse (DW), ETL (compreensão), Relatórios (Reporting), Dashboards, KPIs (Key Performance Indicators), Visualização de Dados (Data Visualization), Análise de Dados, Modelagem Dimensional.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Ao buscar um Analista de BI, procure por candidatos que combinem habilidades técnicas (domínio das ferramentas de BI, SQL) com uma boa capacidade analítica, atenção aos detalhes e, fundamentalmente, a habilidade de entender as necessidades do negócio e traduzir dados complexos em insights compreensíveis e visualmente atraentes. A capacidade de "contar uma história com dados" é um grande diferencial. Enquanto o Analista de Dados pode ter um escopo de análise mais amplo ou exploratório, o Analista de BI é frequentemente mais focado no uso de plataformas de BI específicas para criar soluções de reporte e monitoramento para as áreas de negócio, ajudando a organização a "colocar os dados no centro de suas ações e decisões mais importantes".
3.4. Arquitetura de Sistemas e Soluções
Os arquitetos são os visionários que projetam as fundações e as estruturas sobre as quais os sistemas de TI são construídos, garantindo que atendam tanto às necessidades técnicas quanto aos objetivos de negócio.
3.4.1. Arquiteto de Software
- Atividades do dia a dia
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O Arquiteto de Software é o principal responsável por tomar as decisões de design técnico de alto nível para um sistema de software ou uma aplicação. Ele define a estrutura interna do software, como ele será dividido em componentes ou módulos, como esses componentes interagirão entre si, e quais tecnologias, linguagens de programação, frameworks e padrões de design serão utilizados. Seu objetivo é garantir que o software seja não apenas funcional, mas também escalável (capaz de crescer e lidar com mais usuários ou dados), manutenível (fácil de modificar e corrigir), seguro e atenda aos requisitos não funcionais (como performance e confiabilidade). Ele trabalha mais próximo do código e da equipe de desenvolvimento do que outros tipos de arquitetos.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Um Arquiteto de Software possui um conhecimento profundo e prático de diversas linguagens de programação (como Java, C#, Python, JavaScript, etc.), frameworks e bibliotecas relevantes para o domínio da aplicação. Ele domina diferentes padrões de arquitetura de software (como arquitetura em camadas, microserviços, arquitetura orientada a eventos, MVC – Model-View-Controller), princípios de design de software (como SOLID), e tem experiência com diversos tipos de bancos de dados e tecnologias de integração. Ferramentas de modelagem, como diagramas UML (Unified Modeling Language), podem ser usadas para documentar e comunicar as decisões de arquitetura.
- Interações na equipe/empresa
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O Arquiteto de Software fornece liderança técnica para as equipes de desenvolvimento, orientando os desenvolvedores nas melhores práticas e garantindo que a arquitetura definida seja seguida. Ele colabora com Tech Leads, Gerentes de Projeto e, em sistemas maiores, com Arquitetos de Solução.
- Palavras-chave importantes
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Arquitetura de Software, Design Patterns (Padrões de Projeto), Microsserviços, Arquitetura Orientada a Eventos (EDA), Escalabilidade, Performance, Segurança (em nível de código e design), Manutenibilidade, nome da linguagem/framework principal da empresa (ex: Java, Spring Boot,.NET Core, Node.js), SOLID, DDD (Domain-Driven Design).
- Considerações para o RH e o Recrutador
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o buscar um Arquiteto de Software, procure por um desenvolvedor muito experiente que demonstre uma visão sistêmica apurada e a capacidade de tomar decisões técnicas que terão impacto a longo prazo no produto e na empresa. Habilidades de comunicação são essenciais para que ele possa explicar e justificar suas decisões de arquitetura para a equipe técnica e, por vezes, para stakeholders não técnicos. Este profissional é como o "engenheiro civil" de um projeto de software, planejando a "planta baixa" e os "materiais de construção" para garantir que o "edifício" (o software) seja sólido, seguro e capaz de evoluir ao longo do tempo. Decisões de arquitetura são críticas, e mudanças tardias podem ser extremamente custosas e demoradas.
| Alguns clientes contratam arquiteto de software como programador master. |
3.4.2. Arquiteto de Soluções
- Atividades do dia a dia
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O Arquiteto de Soluções opera em uma camada de abstração geralmente superior à do Arquiteto de Software. Sua principal responsabilidade é entender os problemas e as necessidades de negócio de uma organização ou de um cliente e traduzi-los em uma solução técnica abrangente e viável. Essa solução pode envolver a integração de múltiplos sistemas existentes, o desenvolvimento de novos componentes de software, a utilização de serviços de terceiros ou plataformas de nuvem, e a definição de como todas essas partes irão interagir para atingir os objetivos de negócio. Ele atua como uma ponte crucial entre as áreas de negócio e as equipes técnicas, garantindo que a tecnologia seja aplicada de forma eficaz para resolver problemas reais.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Um Arquiteto de Soluções precisa ter um conhecimento amplo e diversificado sobre uma vasta gama de tecnologias, plataformas (incluindo on-premise e nuvem), padrões de integração de sistemas, APIs, e abordagens de arquitetura. Ele não precisa ser um especialista profundo nelas todas, mas deve entender suas capacidades, limitações e como podem ser combinadas. Ferramentas de modelagem de arquitetura (como o C4 Model, Archimate) podem ser usadas para visualizar e documentar a solução.
- Interações na equipe/empresa
-
O Arquiteto de Soluções interage extensivamente com stakeholders das áreas de negócio (como gerentes de produto, analistas de negócio, diretores) para coletar e entender os requisitos. Ele também colabora com Arquitetos de Software (para detalhar componentes específicos), Gerentes de Projeto (para planejamento e viabilidade), equipes de infraestrutura, segurança e, frequentemente, com fornecedores de tecnologia.
- Palavras-chave importantes
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Arquitetura de Soluções, Requisitos de Negócio, Integração de Sistemas, Prova de Conceito (PoC), Viabilidade Técnica, Análise de Trade-off, ROI (aspectos técnicos da solução), Stakeholder Management, Arquitetura Empresarial (EA – Enterprise Architecture), C4 Model, TOGAF (framework de arquitetura).
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Para um Arquiteto de Soluções, as habilidades de comunicação, negociação, pensamento estratégico e compreensão profunda do negócio são tão importantes quanto o conhecimento técnico. Ele precisa ser capaz de "traduzir" requisitos de negócio complexos em especificações técnicas e, inversamente, explicar soluções técnicas de forma clara para um público não técnico. Este profissional é como um "urbanista" que planeja como diferentes "edifícios" (sistemas) e "infraestruturas" (tecnologias) se conectam para formar uma "cidade" (solução) funcional que atenda às necessidades dos "cidadãos" (o negócio). Um Arquiteto de Soluções eficaz garante que os investimentos em TI gerem valor real e tangível para a organização.
Diferenças cruciais entre Arquiteto de Software entre Arquiteto de Soluções: Embora ambos os papéis envolvam "arquitetura", seus focos e escopos são distintos:
| Característica | Arquiteto de Software | Arquiteto de Soluções |
|---|---|---|
Foco Principal |
Estrutura interna e design técnico de UM sistema de software específico. |
Solução de UM PROBLEMA DE NEGÓCIO, que pode envolver múltiplos sistemas, tecnologias e integrações. |
Escopo |
Primariamente técnico, focado em design de componentes, qualidade do código, escolha de frameworks e bibliotecas para um software. |
Abrange tanto o técnico quanto o negócio, focado na viabilidade da solução completa, integração de sistemas, e alinhamento com os objetivos estratégicos. |
Proximidade ao Código |
Mais próximo do código, muitas vezes ainda programa ou revisa código, e guia tecnicamente os desenvolvedores. |
Mais distante do código do dia a dia, foca na visão geral da solução e na orquestração dos diferentes componentes. |
Principal Entrega |
Design técnico detalhado do software, especificações de arquitetura para a equipe de desenvolvimento. |
Desenho da solução de ponta a ponta, incluindo diagramas de arquitetura, análise de viabilidade, e recomendações tecnológicas, alinhada aos objetivos de negócio. |
O Arquiteto de Software se preocupa em "como construir bem esta peça de software", enquanto o Arquiteto de Soluções se preocupa em "qual combinação de peças (sejam elas software, serviços, infraestrutura, etc.) resolve este problema de negócio de forma eficaz".
3.4.3. Arquiteto de Nuvem (Cloud Architect - AWS, Azure, GCP)
- Atividades do dia a dia
-
O Arquiteto de Nuvem é um especialista em projetar, implementar e gerenciar a arquitetura de TI de uma organização utilizando plataformas de computação em nuvem (cloud computing), como Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure ou Google Cloud Platform (GCP). Ele é responsável por tomar decisões estratégicas sobre como as aplicações e a infraestrutura serão hospedadas e operadas na nuvem, com foco em aspectos como escalabilidade (capacidade de aumentar ou diminuir recursos conforme a demanda), resiliência (capacidade de se recuperar de falhas), segurança e otimização de custos. Ele define quais serviços de nuvem são mais adequados para cada necessidade, projeta a topologia de rede na nuvem, e estabelece as melhores práticas para o desenvolvimento e implantação de soluções cloud-native ou migradas para a nuvem.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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O Arquiteto de Nuvem possui um conhecimento profundo dos serviços oferecidos pelos principais provedores de nuvem. Isso inclui serviços de computação (como AWS EC2, Azure Virtual Machines, GCP Compute Engine), armazenamento (AWS S3, Azure Blob Storage, GCP Cloud Storage), bancos de dados (AWS RDS, Azure SQL Database, GCP Cloud SQL), redes virtuais, serverless (AWS Lambda, Azure Functions, GCP Cloud Functions), contêineres (Docker) e orquestração de contêineres (Kubernetes, ou serviços gerenciados como AWS EKS, Azure AKS, GCP GKE). Ferramentas de Infraestrutura como Código (IaC), como Terraform ou AWS CloudFormation, são frequentemente usadas para automatizar o provisionamento e gerenciamento da infraestrutura na nuvem.
- Interações na equipe/empresa
-
Arquitetos de Nuvem colaboram com Desenvolvedores (para orientá-los sobre como construir aplicações otimizadas para a nuvem), Engenheiros de Infraestrutura e DevOps (para a implementação e automação da infraestrutura na nuvem), Arquitetos de Solução (quando a solução envolve componentes na nuvem e on-premise), e equipes de Segurança da Informação (para garantir que as soluções na nuvem estejam seguras e em conformidade).
- Palavras-chave importantes
-
AWS, Azure, GCP, Cloud Computing, IaaS (Infrastructure as a Service), PaaS (Platform as a Service), SaaS (Software as a Service), Serverless, Contêineres, Docker, Kubernetes, Migração para Nuvem (Cloud Migration), Segurança na Nuvem (Cloud Security), Otimização de Custos na Nuvem (Cloud FinOps), Arquitetura Bem-Arquitetada (Well-Architected Framework).
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Certificações oficiais dos provedores de nuvem (como AWS Certified Solutions Architect, Microsoft Certified: Azure Solutions Architect Expert, Google Cloud Professional Cloud Architect) são altamente valorizadas no mercado e geralmente indicam um nível significativo de conhecimento e proficiência. A experiência prática na plataforma de nuvem específica que a empresa utiliza (ou planeja utilizar) é fundamental. Um bom Arquiteto de Nuvem não apenas "move coisas para a nuvem", mas projeta soluções que exploram ao máximo os benefícios intrínsecos da nuvem, como elasticidade, agilidade, resiliência e pagamento por uso. Uma de suas responsabilidades é "implantar os pilares de um framework bem arquitetado", seguindo as melhores práticas para desenvolver soluções na nuvem que sejam seguras, resilientes, eficientes e gerenciadas com excelência operacional. Erros de arquitetura na nuvem podem levar a custos inesperados, problemas de performance ou sérias vulnerabilidades de segurança.
Diferenças cruciais entre Arquiteto de Solução e Arquiteto de Nuvem: Um Arquiteto de Nuvem pode ser considerado um tipo de Arquiteto de Soluções, mas com uma especialização profunda em projetar e implementar soluções que residem predominante ou totalmente em ambientes de nuvem. Enquanto um Arquiteto de Soluções pode desenhar soluções que combinam sistemas on-premise (locais) e na nuvem (híbridos), o Arquiteto de Nuvem tem um foco intenso e conhecimento especializado nos serviços, melhores práticas e modelos de custo de um ou mais provedores de nuvem específicos (AWS, Azure, GCP). A descrição em foca no papel geral do Arquiteto de Nuvem, enquanto e detalham responsabilidades em ambientes AWS e Azure.
3.4.4. Arquiteto de Redes
- Atividades do dia a dia
-
O Arquiteto de Redes é o especialista responsável por projetar, planejar e supervisionar a implementação da infraestrutura de redes de comunicação de dados de uma organização. Isso inclui redes locais (LANs – Local Area Networks), redes de longa distância (WANs – Wide Area Networks), redes sem fio (Wi-Fi), conexões seguras como VPNs (Virtual Private Networks), e a conectividade da empresa com a internet e com serviços em nuvem. Ele define a topologia da rede (como os dispositivos serão conectados), seleciona os equipamentos apropriados (como roteadores, switches, firewalls), configura os protocolos de comunicação (como TCP/IP, OSPF, BGP) e estabelece as políticas de segurança para garantir que a rede seja confiável, tenha bom desempenho, seja segura e capaz de suportar as necessidades de negócio atuais e futuras. A formação Cisco CCNA, por exemplo, prepara profissionais para, entre outras funções, "desenvolver a arquitetura de redes".
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Arquitetos de Redes trabalham com equipamentos de rede de fabricantes como Cisco, Juniper, HP, entre outros. Eles precisam de um conhecimento profundo de protocolos de roteamento (como OSPF, EIGRP, BGP), protocolos de switching, o conjunto de protocolos TCP/IP (incluindo DNS, DHCP), tecnologias de firewall, sistemas de prevenção de intrusão (IPS), VPNs e qualidade de serviço (QoS). Ferramentas de monitoramento de rede e análise de tráfego são usadas para diagnosticar problemas e otimizar o desempenho. Certificações da indústria, como CCNA (Cisco Certified Network Associate), CCNP (Cisco Certified Network Professional) e CCIE (Cisco Certified Internetwork Expert) da Cisco, são muito comuns e reconhecidas nesta área.
- Interações na equipe/empresa
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Eles colaboram de perto com Engenheiros de Infraestrutura (que podem implementar e gerenciar a rede no dia a dia), Analistas de Segurança da Informação (para definir e implementar políticas de segurança na rede), e com fornecedores de serviços de telecomunicações e internet.
- Palavras-chave importantes
-
LAN, WAN, Roteamento (Routing), Switching, Firewall, VPN, TCP/IP, DNS, DHCP, Segurança de Rede (Network Security), QoS, MPLS, SD-WAN, Cisco, Juniper, CCNA, CCNP, CCIE.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Este cargo exige um conhecimento técnico profundo e especializado em hardware de rede, protocolos de comunicação e princípios de segurança de rede. A capacidade de projetar redes que não apenas funcionem, mas que também sejam escaláveis, resilientes e seguras para suportar o crescimento e as mudanças nas necessidades da empresa é crucial. A rede é, literalmente, a espinha dorsal da comunicação de TI de uma organização. Se a rede falha, é lenta ou insegura, todas as aplicações e serviços de negócio podem ser severamente afetados. Com o aumento do trabalho remoto, a proliferação de dispositivos IoT (Internet of Things) e a crescente dependência de serviços em nuvem, o design e a arquitetura da rede se tornaram ainda mais complexos e vitais para o desempenho e a segurança dos negócios.
3.5. Infraestrutura, Operações e Cloud
Este grupo é responsável por manter a base tecnológica da empresa funcionando de forma eficiente, segura e alinhada com as necessidades do negócio, com um foco crescente em automação e práticas de nuvem.
3.5.1. Analista de Infraestrutura (com cultura DevOps) / Engenheiro DevOps
- Atividades do dia a dia
-
O Engenheiro DevOps, ou Analista de Infraestrutura com forte cultura DevOps, foca em otimizar e automatizar os processos de desenvolvimento de software, sua implantação (entrega) e o gerenciamento da infraestrutura de TI. A filosofia DevOps busca quebrar os silos tradicionais entre as equipes de Desenvolvimento (Dev) e Operações de TI (Ops), promovendo uma cultura de colaboração, comunicação e responsabilidade compartilhada. Este profissional implementa práticas como Integração Contínua (CI – Continuous Integration), Entrega Contínua (CD – Continuous Delivery ou Continuous Deployment), e Infraestrutura como Código (IaC – Infrastructure as Code) para tornar o ciclo de vida do software mais rápido, eficiente e confiável.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
-
O arsenal de um Engenheiro DevOps inclui ferramentas de CI/CD (como Jenkins, GitLab CI/CD, Azure DevOps Pipelines, GitHub Actions), tecnologias de conteinerização (principalmente Docker) e orquestração de contêineres (Kubernetes). Ferramentas de Infraestrutura como Código (como Terraform, Ansible, Chef, Puppet) são usadas para provisionar e gerenciar a infraestrutura de forma automatizada e versionada. Plataformas de nuvem (AWS, Azure, GCP) são ambientes comuns de trabalho, e o conhecimento de seus serviços é essencial. Linguagens de scripting (como Python, Bash, PowerShell) são usadas para automação de tarefas. Ferramentas de monitoramento e observabilidade (como Prometheus, Grafana, ELK Stack – Elasticsearch, Logstash, Kibana, Datadog) são cruciais para acompanhar a saúde das aplicações e da infraestrutura. Algumas dessas ferramentas, como Jenkins e Ansible, são mencionadas como parte das responsabilidades de um Analista de Infraestrutura Sênior com foco em Middleware, o que se alinha com as práticas DevOps.
- Interações na equipe/empresa
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Engenheiros DevOps são conectores por natureza. Eles trabalham em estreita colaboração com Desenvolvedores (para otimizar o pipeline de desenvolvimento e entrega), Analistas de QA (para integrar testes automatizados no pipeline), Arquitetos (para garantir que a infraestrutura suporte a arquitetura da aplicação), Analistas de Segurança (para incorporar práticas de segurança desde o início – DevSecOps) e as equipes de Operações de TI.
- Palavras-chave importantes
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DevOps, CI/CD, Docker, Kubernetes (K8s), Terraform, Ansible, Jenkins, Git, Cloud (AWS, Azure, GCP), Automação, Monitoramento, Observabilidade, IaC (Infrastructure as Code), SRE (Site Reliability Engineering).
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Ao buscar um profissional para este papel, é importante procurar uma combinação de habilidades de desenvolvimento ou scripting com um sólido conhecimento de infraestrutura de TI (sistemas operacionais, redes, segurança). Mais fundamentalmente, procure por uma mentalidade de colaboração, foco em automação e uma paixão por melhorar continuamente os processos. DevOps é mais sobre uma cultura e uma forma de trabalhar do que sobre o domínio de uma ferramenta específica. Um Engenheiro DevOps eficaz é um facilitador dessa cultura, utilizando ferramentas para construir pontes entre equipes e otimizar o fluxo de entrega de valor ao cliente. Empresas que adotam DevOps buscam maior agilidade, qualidade e confiabilidade em suas entregas de software, e um bom Engenheiro DevOps pode ser um agente transformador nesse processo, conforme detalhado em sobre como essa cultura une Dev e Ops.
3.5.2. Analista de Sistemas Operacionais
- Atividades do dia a dia
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O Analista de Sistemas Operacionais (frequentemente focado em servidores) é o especialista responsável pela instalação, configuração, gerenciamento, monitoramento e solução de problemas (troubleshooting) de sistemas operacionais em servidores, como Windows Server ou diversas distribuições Linux (Red Hat, Ubuntu, CentOS, etc.). Ele garante a estabilidade, a performance, a segurança e a disponibilidade dos ambientes de sistema operacional que hospedam as aplicações e serviços da empresa. Suas tarefas podem incluir o gerenciamento de atualizações e patches de segurança, administração de contas de usuários e permissões, configuração de serviços de rede no nível do SO, monitoramento de recursos (CPU, memória, disco) e otimização do desempenho do sistema operacional. A descrição de um "Analista de Infraestrutura Sênior com foco em Middleware" em inclui a administração de SO Linux e Windows Server, alinhando-se a este papel. Embora descreva um "Analista e Desenvolvedor de Sistemas" de forma mais ampla, ele toca em aspectos de infraestrutura que podem se relacionar.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Windows Server: Conhecimento profundo do sistema operacional Windows Server (diferentes versões), Active Directory (para gerenciamento de identidades e políticas), PowerShell (para scripting e automação), e ferramentas de administração como Server Manager e Group Policy.
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Linux: Experiência com distribuições Linux populares (RHEL, CentOS, Ubuntu Server, Debian), proficiência em shell scripting (Bash), gerenciamento de pacotes (yum, apt), configuração de serviços (Apache, Nginx, Postfix), e ferramentas de monitoramento e segurança específicas do Linux.
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Geralmente, também utilizam ferramentas de virtualização (como VMware vSphere, Microsoft Hyper-V, KVM), soluções de backup, e ferramentas de monitoramento de sistemas (como Nagios, Zabbix, ou as integradas em plataformas de nuvem).
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- Interações na equipe/empresa
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Analistas de Sistemas Operacionais colaboram com Administradores de Banco de Dados (DBAs), Desenvolvedores de Aplicações (que dependem dos SOs para rodar seus programas), Engenheiros de Rede, Analistas de Segurança da Informação e, em ambientes maiores, com arquitetos de infraestrutura.
- Palavras-chave importantes
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Windows Server, Linux (especificar distribuições como Red Hat, Ubuntu, CentOS), Active Directory, PowerShell, Shell Scripting (Bash), Virtualização, VMware, Hyper-V, Patch Management, Administração de Servidores, Segurança de SO, Monitoramento de Sistemas.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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O conhecimento específico no(s) sistema(s) operacional(is) predominante(s) na infraestrutura da empresa é crucial. Habilidades de scripting para automação de tarefas rotineiras de administração são um grande diferencial, pois aumentam a eficiência e reduzem a chance de erros manuais. Os sistemas operacionais são a camada fundamental sobre a qual todas as aplicações e serviços corporativos rodam. Um sistema operacional mal configurado, desatualizado ou inseguro pode se tornar uma grande vulnerabilidade de segurança, uma fonte de instabilidade ou um gargalo de performance. Este papel é, portanto, fundamental para a saúde e a resiliência da infraestrutura de TI. Em ambientes de nuvem, embora parte da gestão do SO possa ser abstraída pelos provedores (especialmente em modelos PaaS ou Serverless), o conhecimento profundo do SO ainda é necessário para configurar, otimizar e proteger as instâncias de máquinas virtuais (IaaS).
3.5.3. Analista de Segurança da Informação (Cibersegurança)
- Atividades do dia a dia
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O Analista de Segurança da Informação, também conhecido como Analista de Cibersegurança, é o profissional responsável por proteger os sistemas de informação, redes, computadores e dados de uma organização contra uma vasta gama de ameaças cibernéticas. Isso inclui ataques de hackers, infecções por malware (vírus, ransomware, spyware), tentativas de phishing, negação de serviço (DDoS) e outras vulnerabilidades. Suas atividades diárias podem envolver o monitoramento contínuo de redes e sistemas em busca de atividades suspeitas ou acessos não autorizados, a implementação e gerenciamento de medidas de segurança (como firewalls, sistemas de detecção/prevenção de intrusão – IDS/IPS, soluções de antivírus/antimalware, criptografia de dados), a realização de avaliações de risco e testes de vulnerabilidade (pentests), a resposta a incidentes de segurança (investigando a causa, contendo o dano e recuperando os sistemas), e a promoção de uma cultura de segurança entre os funcionários através de treinamentos e conscientização.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Analistas de Segurança utilizam um amplo espectro de tecnologias e ferramentas, incluindo Firewalls de próxima geração (NGFW), IDS/IPS, soluções de SIEM (Security Information and Event Management) para correlação de eventos e alertas, ferramentas de análise de vulnerabilidades (como Nessus, OpenVAS), software antivírus e antimalware corporativo, tecnologias de criptografia (para dados em trânsito e em repouso), ferramentas de pentest (como Metasploit, Burp Suite), e soluções de autenticação multifator (MFA). É essencial um bom conhecimento de sistemas operacionais (Windows, Linux, macOS), protocolos de rede (TCP/IP), e um entendimento profundo do cenário atual de ameaças e vetores de ataque.
- Interações na equipe/empresa
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A segurança da informação é uma responsabilidade transversal. Portanto, o Analista de Segurança interage com praticamente todas as áreas de TI, incluindo equipes de Infraestrutura (para proteger servidores e redes), Desenvolvimento de Software (para garantir que as aplicações sejam desenvolvidas de forma segura – práticas de DevSecOps), Redes, e também com todas as áreas de negócio da empresa, especialmente para promover a conscientização sobre segurança, definir políticas e, em caso de incidentes, coordenar a resposta.
- Palavras-chave importantes
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Cibersegurança (Cybersecurity), Segurança da Informação (Information Security), Firewall, Antivírus, Malware, Phishing, Ransomware, Teste de Invasão (Pentest), Análise de Vulnerabilidades, SIEM, IDS/IPS, Criptografia, LGPD/GDPR (aspectos de segurança de dados), ISO 27001, NIST Cybersecurity Framework, DevSecOps.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Este é um papel que exige um perfil altamente analítico, investigativo, com um forte senso de responsabilidade, ética profissional e capacidade de manter a calma sob pressão (especialmente durante a resposta a incidentes). Dada a rápida e constante evolução das ameaças cibernéticas, a capacidade e a disposição para o aprendizado contínuo são absolutamente cruciais. Certificações de segurança reconhecidas no mercado, como CISSP (Certified Information Systems Security Professional), CompTIA Security+, CEH (Certified Ethical Hacker), ou específicas de fornecedores, são relevantes e podem indicar um nível de conhecimento e comprometimento com a área. Em um mundo cada vez mais digital e interconectado, a segurança da informação deixou de ser um "luxo" para se tornar uma necessidade fundamental para a sobrevivência e a reputação das empresas. Vazamentos de dados ou ataques cibernéticos bem-sucedidos podem ter consequências financeiras, legais e de imagem devastadoras. O Analista de Segurança é uma peça chave na defesa contra esses riscos. A demanda por profissionais qualificados em cibersegurança é altíssima e continua crescendo.
3.6. Qualidade, Experiência e Design
3.6.1. Analista de Testes/QA (Quality Assurance)
- Atividades do dia a dia
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O Analista de Testes, também conhecido como Analista de QA (Quality Assurance), é o profissional dedicado a garantir a qualidade do software antes que ele seja entregue aos usuários finais. Sua principal missão é identificar defeitos, erros (bugs) e problemas de funcionalidade, usabilidade ou performance. Para isso, ele planeja estratégias de teste, projeta casos de teste detalhados, executa esses testes (que podem ser manuais ou automatizados) em diferentes estágios do ciclo de desenvolvimento do software, documenta os resultados e as falhas encontradas, e trabalha em colaboração com os desenvolvedores para que os problemas sejam corrigidos. O QA analisa todo o ciclo de desenvolvimento para assegurar que os requisitos do software estão sendo atendidos.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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Analistas de QA utilizam ferramentas de gerenciamento de testes e de bugs (como TestLink, Zephyr, ou Jira com plugins específicos para QA). Para automação de testes, eles podem usar frameworks e ferramentas como Selenium (para aplicações web), Cypress (também para web, mais moderno), Appium (para aplicações móveis), JUnit ou TestNG (para testes unitários e de integração em Java), PyTest (para Python), entre outros. Conhecimento de linguagens de programação como Python, Java ou JavaScript é frequentemente necessário para escrever scripts de testes automatizados. Familiaridade com metodologias de teste (como teste de caixa preta, caixa branca, teste de regressão, teste de fumaça, teste de aceitação) é fundamental.
- Interações na equipe/empresa
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A interação com os Desenvolvedores é constante e crucial, pois são eles que corrigirão os bugs reportados. Analistas de QA também colaboram com Analistas de Negócios ou de Requisitos para entender o comportamento esperado do software e com Gerentes de Projeto para alinhar os cronogramas de teste com os do projeto.
- Palavras-chave importantes
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Testes Manuais, Testes Automatizados, Casos de Teste (Test Cases), Plano de Teste (Test Plan), Ciclo de Vida de Teste de Software (STLC), Testes Funcionais, Testes de Regressão, Testes de Performance, Testes de Usabilidade, Testes de Segurança (básicos), Selenium, Cypress, Appium, Jira, Bug Tracking, BDD (Behavior-Driven Development), TDD (Test-Driven Development - compreensão).
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Atenção meticulosa aos detalhes, pensamento crítico, uma abordagem metódica e excelentes habilidades de comunicação (para reportar bugs de forma clara e construtiva) são características essenciais para um Analista de QA. A experiência com automação de testes é cada vez mais valorizada, pois permite aumentar a cobertura dos testes e acelerar o feedback para a equipe de desenvolvimento. O QA atua como o "advogado do usuário" dentro da equipe, buscando garantir que o produto final seja de alta qualidade, confiável e que atenda (ou exceda) as expectativas dos usuários. Um bom processo de QA não é um custo, mas um investimento que economiza dinheiro a longo prazo, ao encontrar problemas cedo no ciclo de desenvolvimento, prevenir danos à reputação da empresa causados por software defeituoso e, fundamentalmente, melhorar a satisfação do cliente.
3.6.2. Analista de UX (User Experience) Designer
- Atividades do dia a dia
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O Analista de UX Designer, ou simplesmente UX Designer, é o profissional focado em otimizar a experiência geral que uma pessoa tem ao interagir com um produto digital, seja ele um site, um aplicativo móvel, um software ou qualquer outro sistema interativo. Seu objetivo é garantir que o produto seja não apenas funcional, mas também útil, fácil de usar (usável), eficiente e agradável (desejável) para o público-alvo. Para isso, o UX Designer realiza pesquisas com usuários para entender suas necessidades, comportamentos, dores e motivações. Com base nesses dados, ele cria personas (representações fictícias dos usuários típicos), mapeia jornadas de usuário (os passos que o usuário dá para atingir um objetivo), projeta fluxos de interação, desenvolve a arquitetura da informação (como o conteúdo é organizado e estruturado) e cria wireframes (esboços de baixa fidelidade das telas) e protótipos interativos (de média a alta fidelidade) para testar e validar as soluções de design antes do desenvolvimento.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
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UX Designers utilizam uma variedade de ferramentas para pesquisa, design e prototipagem. Para pesquisa, podem usar plataformas de सर्वे, ferramentas de gravação de entrevistas e testes de usabilidade. Para design de fluxos, wireframing e prototipagem, ferramentas populares incluem Figma, Sketch, Adobe XD, Axure RP e Balsamiq. Eles também podem usar ferramentas de análise de dados de uso do produto (como Google Analytics, Hotjar) para entender como os usuários estão realmente interagindo com o produto e identificar pontos de melhoria.
- Interações na equipe/empresa
-
UX Designers trabalham em estreita colaboração com os usuários finais (através de pesquisas e testes), com Web Designers ou UI Designers (que focam na parte visual da interface), com Desenvolvedores (para discutir a viabilidade técnica das soluções de design e garantir uma implementação fiel), com Gerentes de Produto (para alinhar a experiência do usuário com os objetivos do produto e do negócio) e com Analistas de Negócios.
- Palavras-chave importantes
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UX Design, User Research (Pesquisa com Usuário), Personas, Jornada do Usuário (User Journey Mapping), Wireframes, Protótipos (Prototyping), Teste de Usabilidade (Usability Testing), Arquitetura de Informação, Design Thinking, Acessibilidade Web, Design Centrado no Usuário.
- Considerações para o RH e o Recrutador
-
Ao avaliar um UX Designer, busque por empatia (a capacidade de se colocar no lugar do usuário), fortes habilidades de pesquisa e análise, pensamento crítico e a capacidade de defender as necessidades do usuário com base em dados e evidências. Um portfólio que demonstre não apenas as telas finais, mas todo o processo de design – desde a pesquisa inicial, passando pela ideação, prototipagem e testes – é crucial para entender a profundidade do trabalho do candidato. O UX Designer se preocupa fundamentalmente com "como o usuário se sente" ao usar um produto e "quão fácil é para ele atingir seus objetivos". Uma boa experiência do usuário pode ser o principal diferencial competitivo de um produto, levando a maior satisfação do cliente, maior taxa de adoção, menor necessidade de suporte e, em última análise, melhores resultados para o negócio.
3.6.3. Web Designer (ou UI Designer focado em Web)
- Atividades do dia a dia
-
O Web Designer, muitas vezes atuando como um UI (User Interface) Designer com foco específico em websites e aplicações web, é o profissional responsável pela aparência visual e pelo layout das interfaces digitais. Ele cria o design gráfico das páginas, seleciona esquemas de cores, tipografia, ícones, imagens e outros elementos visuais para construir uma interface que seja esteticamente agradável, funcional e alinhada com a identidade visual da marca ou do produto. Embora o UX Designer se preocupe com a experiência geral e o fluxo, o Web/UI Designer foca em como essa experiência é traduzida visualmente. Alguns Web Designers também possuem conhecimentos de HTML e CSS para implementar seus próprios designs ou para trabalhar de forma mais eficaz com os Desenvolvedores Frontend.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
-
As principais ferramentas de um Web Designer são softwares de design gráfico como Adobe Photoshop e Adobe Illustrator (para criação e edição de imagens e vetores) e ferramentas de design de interface e prototipagem visual como Figma, Sketch e Adobe XD. É essencial um forte conhecimento de princípios de design visual (como teoria das cores, tipografia, hierarquia visual, composição e layout). Um entendimento básico de HTML e CSS é muito útil, mesmo que ele não vá codificar, para que possa projetar interfaces que sejam tecnicamente viáveis para a web e compreender as possibilidades e limitações do meio.
- Interações na equipe/empresa
-
Web Designers colaboram de perto com Analistas de UX (para garantir que o design visual suporte e aprimore a experiência do usuário definida), com Desenvolvedores Frontend (que irão transformar os designs visuais em código interativo), e com clientes ou equipes de Marketing (para alinhar o design com a marca, os objetivos de comunicação e as preferências do público).
- Palavras-chave importantes
-
Web Design, UI Design (User Interface Design), Design Gráfico, Photoshop, Illustrator, Figma, Sketch, Adobe XD, Layout, Tipografia, Teoria das Cores, Identidade Visual, Responsividade (do ponto de vista visual), Mockups, Style Guides.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Um portifólio visual forte e diversificado é essencial para avaliar um Web Designer. Verifique se o candidato demonstra um bom entendimento de princípios de design responsivo, ou seja, designs que se adaptam bem a diferentes tamanhos de tela, como desktops, tablets e celulares e se está atualizado com as tendências atuais de design web, ao mesmo tempo, em que cria soluções atemporais e funcionais. A primeira impressão que um usuário tem de um site ou aplicação é, muitas vezes, predominantemente visual. O Web Designer é crucial para criar essa impressão positiva, transmitir profissionalismo e reforçar a identidade da marca. Um design visualmente pobre, confuso ou desatualizado pode afastar usuários, mesmo que a funcionalidade por trás do sistema seja robusta.
Diferenças cruciais entre Web Designer/UI Designer e UX Designer: Esta é uma confusão comum, pois os papéis são complementares e, em equipes menores, podem ser desempenhados pela mesma pessoa. No entanto, seus focos são distintos:
| Característica | Web Designer (UI Foco Web) / UI Designer | UX Designer |
|---|---|---|
Foco Principal |
Aparência visual, estética, layout da interface, elementos gráficos, identidade visual da interface. |
Experiência geral do usuário, usabilidade, utilidade, fluxos de interação, arquitetura da informação, facilidade de uso. |
O que entrega |
Mockups visuais de alta fidelidade, style guides (guias de estilo), assets gráficos (ícones, imagens). |
Personas, mapas de jornada do usuário, wireframes, protótipos funcionais (foco na interação, não necessariamente no visual final). |
Pergunta chave |
"Como isso deve parecer?" "Isso é visualmente atraente e consistente com a marca?" |
"Como isso deve funcionar?" "Isso é fácil e intuitivo para o usuário atingir seu objetivo?" "Como o usuário se sente ao usar isso?" |
Habilidade Chave |
Design gráfico, sensibilidade estética apurada, domínio de ferramentas de UI, tipografia, teoria das cores. |
Pesquisa com usuário, empatia, design de interação, arquitetura da informação, prototipagem funcional, pensamento analítico. |
O Web/UI Designer se preocupa com a "pele" e a beleza da interface, enquanto o UX Designer se preocupa com o "esqueleto" e a funcionalidade da experiência toda.
3.7. Gestão, Metodologia e Liderança Técnica
Este grupo de profissionais é responsável por guiar equipes, definir processos e garantir que os projetos de TI sejam entregues com sucesso, alinhados às necessidades do negócio e com alta qualidade técnica.
3.7.1. Analista de Negócios (de TI) / Business Analyst (BA)
- Atividades do dia a dia
-
O Analista de Negócios (BA), especialmente quando focado em TI, atua como uma ponte vital entre as áreas de negócio de uma empresa e a equipe de tecnologia. Sua principal função é identificar as necessidades, problemas e oportunidades de negócio, analisar processos de negócio existentes, coletar e documentar requisitos, e traduzir tudo isso em especificações claras que a equipe de TI possa entender e usar para desenvolver ou implementar soluções tecnológicas que agreguem valor real à organização. Ele ajuda a garantir que a tecnologia seja usada para resolver os problemas certos da maneira certa.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
-
Embora não seja um papel primariamente técnico no sentido de programação, o BA de TI utiliza diversas ferramentas para apoiar seu trabalho. Isso pode incluir softwares de modelagem de processos de negócio (usando notações como BPMN – Business Process Model and Notation), ferramentas para documentação e gerenciamento de requisitos (como Jira, Confluence, ou ferramentas especializadas), SQL (para realizar consultas e análises de dados que informem suas recomendações), planilhas (para análise e modelagem financeira ou de cenários), e ferramentas de Business Intelligence (para entender os dados de negócio e identificar tendências). Conhecimento de metodologias de desenvolvimento de software, especialmente as ágeis (como Scrum), é muito importante.
- Interações na equipe/empresa
-
O BA é um comunicador por excelência. Ele interage extensivamente com stakeholders das áreas de negócio (como clientes internos, usuários finais, gerentes de departamento, diretores) para entender suas perspectivas e necessidades. Também trabalha em estreita colaboração com Desenvolvedores, Arquitetos de Solução, Analistas de QA e Gerentes de Projeto dentro da equipe de TI.
- Palavras-chave importantes
-
Análise de Negócios (Business Analysis), Requisitos de Negócio (Business Requirements), Modelagem de Processos (BPMN), Casos de Uso (Use Cases), Histórias de Usuário (User Stories), Especificação Funcional, Análise de Viabilidade, Stakeholder Management, Análise de Processos, Melhoria de Processos
- Considerações para o RH e o Recrutador
-
Ao recrutar um Analista de Negócios de TI, as habilidades de comunicação (oral e escrita), escuta ativa, pensamento analítico e crítico, capacidade de negociação e resolução de problemas são absolutamente cruciais. Este profissional precisa ser capaz de "falar a língua" tanto do negócio quanto da TI, traduzindo conceitos e necessidades entre esses dois mundos. Conforme destacado em , o BA atua como facilitador (transformando análises complexas em informações compreensíveis), guia (aconselhando sobre escolhas eficientes) e intérprete (traduzindo conhecimento técnico para stakeholders). Um BA eficaz é fundamental para o sucesso dos projetos de TI, pois ele ajuda a garantir que a equipe de tecnologia esteja construindo a "coisa certa" – ou seja, soluções que realmente resolvam os problemas de negócio identificados e atendam às necessidades dos usuários. Sem um bom BA, há um risco significativo de desenvolver softwares que são tecnicamente bem construídos, mas que não entregam o valor esperado pelo negócio, levando a retrabalho, desalinhamento e desperdício de recursos.
3.7.2. Analista de Requisitos
- Atividades do dia a dia
-
O Analista de Requisitos tem um foco altamente especializado no processo de elicitação (levantamento), análise, especificação, documentação, validação e gerenciamento dos requisitos de um sistema de software ou produto. Ele trabalha para definir em detalhes o que o sistema deve fazer (requisitos funcionais – as funcionalidades e comportamentos esperados) e como ele deve ser em termos de características de qualidade (requisitos não funcionais – como performance, segurança, usabilidade, confiabilidade, etc.) Ele garante que os requisitos sejam claros, completos, consistentes, testáveis e rastreáveis ao longo do ciclo de vida do projeto.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
-
Analistas de Requisitos utilizam ferramentas para gerenciamento de requisitos (como Jira com plugins específicos, Confluence para documentação colaborativa, ou ferramentas mais robustas como IBM DOORS em contextos mais formais), ferramentas de modelagem (como UML para criar diagramas de Casos de Uso, diagramas de atividade, etc.), e planilhas para rastreamento e análise.
- Interações na equipe/empresa
-
Eles interagem de perto com Analistas de Negócios (em algumas empresas, os papéis podem se sobrepor ou ser desempenhados pela mesma pessoa; em outras, o Analista de Requisitos detalha o que o BA definiu em um nível mais alto), com os usuários finais e stakeholders (para levantar e validar os requisitos), com Desenvolvedores (para garantir que os requisitos sejam compreendidos e tecnicamente viáveis) e com Analistas de QA (que usarão os requisitos como base para criar seus planos e casos de teste).
- Palavras-chave importantes
-
Engenharia de Requisitos, Requisitos Funcionais, Requisitos Não Funcionais, Casos de Uso (Use Cases), Histórias de Usuário (User Stories), Especificação de Requisitos de Software (SRS), Rastreabilidade de Requisitos, UML (Unified Modeling Language), Validação de Requisitos, Gerenciamento de Mudanças de Requisitos.
- Considerações para o RH e o Recrutador
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Para este papel, procure por candidatos com atenção meticulosa aos detalhes, excelentes habilidades de escrita técnica (para produzir documentação clara e inequívoca), forte capacidade analítica e habilidade para elicitar informações de forma eficaz de diferentes tipos de stakeholders. Requisitos mal definidos, ambíguos ou incompletos são uma das principais causas de falha em projetos de software. O Analista de Requisitos atua como o guardião da clareza, completude e consistência dessas especificações, garantindo que todas as partes envolvidas (negócio, desenvolvimento, testes) tenham a mesma compreensão do que precisa ser construído. Isso minimiza o risco de mal-entendidos, retrabalho e entregas que não atendem às expectativas.
Diferenças cruciais entre Analista de Negócios vs. Analista de Requisitos: Em muitas organizações, especialmente as menores ou aquelas que adotam metodologias ágeis de forma mais fluida, as responsabilidades de Análise de Negócios e Análise de Requisitos podem ser combinadas em um único papel (frequentemente o do BA ou do Product Owner no Scrum). No entanto, onde esses papéis são distintos, o Analista de Negócios tende a ter um foco mais amplo nos objetivos estratégicos do negócio, na análise de problemas de negócio e na identificação de oportunidades, definindo o "porquê" e o "o quê" em um nível mais alto. O Analista de Requisitos, por sua vez, aprofunda-se nos detalhes de "como" o software deve funcionar para atender a esse "o quê", especificando as funcionalidades de forma precisa para a equipe de desenvolvimento. O Analista de Requisitos frequentemente utiliza uma linguagem mais técnica e detalhada em suas especificações. As atividades como "Especificar Cenários Operacionais" e "Especificar Interfaces de Funcionalidades com o Usuário", ilustram bem o nível de detalhe do trabalho do Analista de Requisitos.
3.7.3. Tech Lead (Líder Técnico)
- Atividades do dia a dia
-
O Tech Lead (Líder Técnico) é geralmente um desenvolvedor sênior ou arquiteto que assume responsabilidades de liderança técnica numa equipe de desenvolvimento de software. Ele não é tipicamente um gerente de pessoas no sentido formal (com responsabilidades de avaliação de desempenho ou gestão de carreiras), mas sim uma referência técnica e um mentor para a equipe. O Tech Lead guia a equipe em decisões importantes sobre arquitetura de software (em nível de projeto ou componente), escolha de tecnologias e ferramentas, adoção de boas práticas de codificação, e na resolução de problemas técnicos complexos. Ele também é frequentemente responsável por realizar revisões de código (code reviews) para garantir a qualidade técnica das entregas e por ajudar a remover impedimentos técnicos que a equipe possa enfrentar.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
-
Um Tech Lead precisa ter um conhecimento técnico profundo e atualizado das tecnologias, linguagens e frameworks utilizados pela equipe. Ele também utiliza ferramentas de colaboração, gerenciamento de código-fonte (como Git), ferramentas de revisão de código e, possivelmente, ferramentas de CI/CD para entender e otimizar o pipeline de desenvolvimento.
- Interações na equipe/empresa
-
A principal interação do Tech Lead é com os desenvolvedores de sua equipe, a quem ele lidera tecnicamente, mentora e apoia. Ele também colabora com Arquitetos de Software ou de Soluções (para alinhar as decisões técnicas do projeto com a arquitetura mais ampla da empresa), com Gerentes de Projeto ou Product Owners (para discutir o escopo técnico, estimativas e progresso) e, ocasionalmente, com outras equipes técnicas.
- Palavras-chave importantes
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Liderança Técnica, Mentoria Técnica, Revisão de Código (Code Review), Arquitetura de Software (nível de equipe/projeto), Boas Práticas de Desenvolvimento (Best Practices), Resolução de Problemas Técnicos, Design Técnico, Qualidade de Código.
- Considerações para o RH e o Recrutador
-
Ao buscar um Tech Lead, procure por um profissional que não apenas possua excelência técnica comprovada como desenvolvedor sênior, mas que também demonstre fortes soft skills de liderança, comunicação clara, capacidade de mentoria e paciência para ensinar. É alguém que deve inspirar confiança técnica na equipe e ser capaz de tomar decisões técnicas difíceis sob pressão. O Tech Lead desempenha um papel crucial em manter e elevar a qualidade técnica do trabalho da equipe, em promover o crescimento profissional dos desenvolvedores menos experientes e em ajudar a evitar o acúmulo de "dívida técnica" (soluções de baixa qualidade que geram problemas no futuro). Ele "orienta e direciona uma equipe em aspectos técnicos e estratégicos", sendo a referência para dúvidas e desafios.
3.7.4. Agilista / Scrum Master
- Atividades do dia a dia
-
O Agilista, mais comumente conhecido pelo papel de Scrum Master quando a equipe utiliza o framework Scrum, é um facilitador e um coach para a equipe ágil. Sua principal responsabilidade é garantir que a equipe entenda e siga os princípios, valores e práticas da metodologia ágil adotada (seja Scrum, Kanban, XP, etc.) O Scrum Master, especificamente, ajuda a equipe a aplicar o Scrum corretamente, facilitando as cerimônias do Scrum (como a Reunião Diária – Daily Scrum, Planejamento da Sprint – Sprint Planning, Revisão da Sprint – Sprint Review, e Retrospectiva da Sprint – Sprint Retrospective). Ele trabalha para remover quaisquer impedimentos ou obstáculos que estejam bloqueando o progresso da equipe, protege a equipe de interferências externas e promove um ambiente de auto-organização, colaboração e melhoria contínua. Ele atua como um "líder servidor", colocando as necessidades da equipe em primeiro lugar.
- Tecnologias e ferramentas utilizadas comumente
-
Embora o foco do Agilista/Scrum Master não seja primariamente técnico, ele utiliza ferramentas de gerenciamento ágil de projetos para dar visibilidade ao trabalho da equipe e facilitar o acompanhamento do progresso. Exemplos incluem Jira, Trello, Asana, Azure DevOps Boards, entre outros. Mais importante do que as ferramentas são o seu conhecimento profundo do framework ágil em uso (especialmente o Guia do Scrum, se for Scrum Master) e de técnicas de facilitação, coaching e resolução de conflitos.
- Interações na equipe/empresa
-
O Scrum Master interage diariamente com a Equipe de Desenvolvimento (os profissionais que constroem o produto), com o Product Owner (PO – o responsável por maximizar o valor do produto e gerenciar o Product Backlog), e com stakeholders externos à equipe (como gerentes ou representantes de outras áreas), principalmente para remover impedimentos que a equipe não consegue resolver sozinha.
- Palavras-chave importantes
-
Scrum, Agile, Kanban, Sprint, Daily Scrum, Retrospectiva, Product Backlog, User Story Mapping, Impedimentos, Facilitador, Coach Ágil, Liderança Servidora, Melhoria Contínua, Cerimônias do Scrum.
- Considerações para o RH e o Recrutador
-
Para este papel, as habilidades interpessoais e de facilitação são muito mais importantes do que o conhecimento técnico profundo em programação ou infraestrutura (embora um entendimento básico do domínio da equipe possa ajudar). Procure por candidatos com excelentes habilidades de comunicação, escuta ativa, empatia, capacidade de resolução de conflitos, e uma genuína vocação para servir e empoderar a equipe. Certificações como CSM (Certified ScrumMaster) ou PSM (Professional Scrum Master) são comuns e podem indicar um nível de conhecimento formal do Scrum, mas a experiência prática e as habilidades comportamentais são os diferenciais mais importantes. O Scrum Master não é um gerente de projeto tradicional que atribui tarefas e cobra prazos; seu papel é cultivar um ambiente onde a equipe possa atingir seu máximo potencial de forma autônoma e sustentável. Um Scrum Master eficaz pode transformar a produtividade, a qualidade e a moral de uma equipe ágil, como bem descrito nas responsabilidades listadas em Atividades do dia a dia.
4. Entendendo os Níveis de Experiência em TI
No mercado de tecnologia, é comum classificar os profissionais em níveis de senioridade: Júnior, Pleno e Sênior. Essa classificação, no entanto, vai muito além do simples tempo de experiência formal. Ela reflete uma combinação de fatores que incluem a complexidade das tarefas que o profissional é capaz de realizar, o grau de autonomia em seu trabalho, o nível de responsabilidade que assume, o impacto de suas contribuições para o negócio e sua capacidade de liderar tecnicamente ou mentorar outros membros da equipe. Para desenvolvedores, essa progressão também envolve um aprofundamento técnico e uma expansão da visão de negócio.
Compreender essas nuances é vital para o RH e para os gerentes de contratação, pois permite calibrar as expectativas ao definir os requisitos de uma vaga, ao triar currículos e ao conduzir entrevistas. Contratar um profissional com o nível de senioridade inadequado para a demanda da função pode gerar frustrações, desalinhamentos e impactar negativamente os resultados do projeto ou da equipe.
4.1. Júnior, Pleno e Sênior
4.1.1. Júnior:
-
Responsabilidades: Geralmente, um profissional em início de carreira, recém-formado ou com poucos anos de experiência (tipicamente até 5 anos, mas isso varia). Suas tarefas são mais básicas, bem definidas, curtas e de menor complexidade. O foco principal é no aprendizado, na execução de tarefas específicas sob supervisão e na contribuição para partes menores de projetos maiores. Para desenvolvedores júnior, o foco está em consolidar os fundamentos técnicos, dominar a lógica de programação e entregar funcionalidades básicas.
-
Autonomia: Baixa. Necessita de orientação, acompanhamento e feedback constantes de colegas mais experientes ou de seu gestor. Não costuma ter autonomia para tomar decisões significativas que impactem o projeto.
-
Visão de Negócio: Geralmente limitada. O foco está mais na execução técnica da tarefa designada do que no impacto estratégico dessa tarefa para o negócio todo.
4.1.2. Pleno
-
Responsabilidades: Possui mais experiência prática e maturidade profissional do que o júnior (geralmente entre 5 e 10 anos de atuação, mas, novamente, o tempo é apenas um indicador). É capaz de lidar com tarefas mais complexas e de assumir a responsabilidade por projetos ou funcionalidades completas, desde a concepção até a entrega. Pode começar a mentorar profissionais júnior e a participar de decisões técnicas mais relevantes. Para desenvolvedores pleno, espera-se o domínio de frameworks e ferramentas específicas, e a capacidade de construir funcionalidades robustas e eficientes.
-
Autonomia: Média a alta. Consegue trabalhar de forma mais independente, resolver problemas com menos supervisão e tomar decisões dentro do seu escopo de atuação, embora decisões mais críticas ainda possam requerer o aval de superiores.
-
Visão de Negócio: Começa a desenvolver uma compreensão mais ampla do contexto do projeto e de como seu trabalho contribui para os objetivos de negócio mais amplos. Consegue conectar suas atividades técnicas com os resultados esperados pela empresa.
4.1.3. Sênior
-
Responsabilidades: Profissional com vasta experiência, conhecimento técnico profundo e especializado em sua área de atuação, e uma maturidade profissional e emocional elevada (geralmente com 10 ou mais anos de experiência relevante). É capaz de assumir e liderar os projetos mais complexos e desafiadores. Frequentemente, é responsável por definir arquiteturas (dependendo do cargo), tomar decisões técnicas estratégicas que impactam significativamente o produto ou a empresa, mentorar ativamente profissionais plenos e juniores, e atuar como uma referência técnica para toda a equipe ou organização. Para desenvolvedores sênior, a capacidade de arquitetar sistemas complexos, a liderança técnica e uma visão de negócio aguçada são cruciais.
-
Autonomia: Alta. Espera-se que tome decisões importantes de forma autônoma, guie a direção técnica de projetos e resolva problemas complexos com pouca ou nenhuma supervisão. Muitas vezes, tem a liberdade de propor novas soluções e inovações.
-
Visão de Negócio: Profunda e estratégica. Entende claramente como a tecnologia pode ser usada para impulsionar os objetivos de negócio, como suas decisões técnicas afetam os resultados da empresa a curto, médio e longo prazo, e consegue alinhar as soluções tecnológicas com as necessidades e a estratégia da organização.
| Característica | Júnior | Pleno | Sênior |
|---|---|---|---|
Complexidade Tarefas |
Baixa, tarefas bem definidas e de escopo limitado. |
Média a Alta, capaz de lidar com projetos ou funcionalidades completas, problemas mais desafiadores. |
Altíssima, lida com os desafios mais complexos, ambíguos e estratégicos; define soluções para problemas de grande impacto. |
Autonomia |
Baixa, requer supervisão e orientação constantes. |
Média a Alta, trabalha de forma mais independente, toma decisões dentro do seu escopo. |
Alta, lidera iniciativas, toma decisões técnicas e estratégicas importantes de forma autônoma. |
Responsabilidade |
Individual sobre a execução de suas tarefas específicas. |
Sobre entregas maiores e mais complexas, pode liderar tecnicamente pequenos projetos ou funcionalidades. |
Sobre o sucesso de projetos ou produtos críticos, impacto direto nos resultados do negócio, mentoria e desenvolvimento da equipe. |
Visão de Negócio |
Foco primário na tarefa técnica imediata. |
Começa a entender o contexto do projeto e o impacto de suas entregas nos objetivos de negócio. |
Alinha profundamente a tecnologia com a estratégia de negócio, possui visão de longo prazo e compreende o mercado. |
Mentoria/Liderança |
É primariamente um receptor de mentoria e orientação. |
Pode começar a mentorar profissionais júnior e a contribuir para decisões técnicas da equipe. |
Atua como líder técnico, mentora ativamente profissionais plenos e juniores, define direções técnicas e inspira a equipe. |
É fundamental que o RH e os gestores compreendam que a progressão entre esses níveis não é estritamente linear nem definida apenas pelo tempo de serviço. Anos de experiência são um indicador, mas não uma garantia de senioridade. Um profissional pode acumular muitos anos em uma função, mas ainda operar em um nível Pleno em termos de autonomia, complexidade de desafios que enfrenta e impacto estratégico que gera. As empresas valorizam cada vez mais as habilidades demonstradas, a capacidade de resolução de problemas, a proatividade e o impacto real gerado pelo profissional. Um Sênior é esperado que não apenas execute tarefas com excelência, mas que também pense criticamente, antecipe problemas, proponha soluções inovadoras e contribua para o crescimento da equipe e da organização como um todo.
Portanto, ao recrutar, é essencial ir além da análise do tempo de experiência no currículo. O processo seletivo deve incluir perguntas comportamentais e situacionais que busquem evidências concretas da autonomia do candidato, de sua capacidade de liderança (formal ou informal), de como ele aborda e resolve problemas complexos, e de sua visão de negócio, sempre alinhando essas expectativas com o nível da vaga que está sendo preenchida.
5. Dicas Práticas para Recrutamento em TI
Recrutar profissionais de TI pode ser desafiador, mas algumas práticas podem tornar o processo mais eficaz e assertivo, mesmo para quem não tem um profundo conhecimento técnico.
5.1. Traduzir os requisitos da vaga para uma linguagem clara
A clareza na descrição da vaga é o primeiro passo para atrair os candidatos certos. Em vez de listar apenas uma longa sequência de tecnologias e jargões técnicos, concentre-se em descrever:
-
O propósito da função: Qual problema o profissional ajudará a resolver? Qual o impacto do seu trabalho?
-
As principais responsabilidades e resultados esperados: Utilize as descrições de "o que faz no dia a dia" de cada cargo (apresentadas no Módulo 3) como base para explicar as atividades de forma prática.
-
Diferencie requisitos obrigatórios de desejáveis: Seja transparente sobre o que é essencial para a vaga e o que seria um diferencial. Isso ajuda os candidatos a autoavaliarem sua adequação.
-
Evite jargão excessivo ou siglas não explicadas: Se precisar usar um termo técnico, considere adicionar uma breve explicação ou certifique-se de que seja amplamente compreendido no contexto.
-
O ambiente de trabalho e a cultura da equipe: profissionais de TI valorizam ambientes colaborativos, desafiadores e com oportunidades de aprendizado.
Lembre-se que a descrição da vaga é também uma peça de marketing da sua empresa. Ela deve ser atraente e informativa.
| Evitar o copiar e colar das descrições dos contratos, são geralmente muito vagas! |
5.2. Perguntas-chave para entrevistas
Essas perguntas são geralmente focadas em soft skills e entendimento do papel
Embora a avaliação técnica seja importante (e geralmente conduzida por membros da equipe de TI), o RH e os gerentes podem focar em perguntas que avaliem competências comportamentais (soft skills), a compreensão do candidato sobre o papel e seu alinhamento com a cultura da empresa. Alguns exemplos:
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Para avaliar resolução de problemas:
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"Descreva um desafio técnico ou de projeto complexo que você enfrentou. Como você abordou o problema e qual foi o resultado?"
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"Conte sobre uma situação em que você teve que aprender algo novo rapidamente para resolver um problema."
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Para avaliar colaboração e trabalho em equipe:
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"Como você lida com opiniões técnicas divergentes numa equipe?"
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"Descreva uma experiência em que você precisou colaborar com uma área não técnica para alcançar um objetivo."
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Para avaliar aprendizado contínuo (essencial em TI):
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"Como você se mantém atualizado com as novas tecnologias e tendências em sua área de especialização?"
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"Quais foram as últimas tecnologias ou conceitos que você aprendeu por conta própria?"
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Para avaliar comunicação (especialmente para papéis como Analista de Negócios, Arquiteto de Soluções, Tech Lead):
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"Como você explicaria [um conceito técnico relevante para a vaga, ex: 'microserviços' ou 'cloud computing'] para alguém sem nenhum conhecimento técnico?"
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"Como você comunicaria um problema técnico complexo para a gerência?"
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Para avaliar o alinhamento com o papel e a motivação:
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"O que mais te atrai neste tipo de desafio como [nome do cargo]?"
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"Quais aspectos de [nome do cargo] você considera mais gratificantes e quais os mais desafiadores?"
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"Onde você se vê em sua carreira nos próximos anos e como esta oportunidade se encaixa nesses planos?"
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5.3. Identificando potencial além das palavras-chave
É fácil se prender à busca por candidatos que possuam todas as palavras-chave listadas na descrição da vaga. No entanto, especialmente em um campo tão dinâmico quanto a TI, o potencial de aprendizado e a adaptabilidade podem ser tão ou mais valiosos do que a experiência em uma ferramenta específica que pode se tornar obsoleta em pouco tempo. Considere:
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Capacidade de aprendizado: O candidato demonstra curiosidade e uma trajetória de aprendizado de novas habilidades?
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Paixão por tecnologia: Projetos pessoais, contribuições para a comunidade open source, participação em eventos da área, blogs técnicos ou portfólios podem indicar um interesse genuíno que vai além do trabalho formal.
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Habilidades transferíveis: Um desenvolvedor experiente em uma linguagem orientada a objetos pode aprender outra linguagem similar com relativa facilidade. Habilidades de lógica, resolução de problemas e design de sistemas são altamente transferíveis.
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Adequação cultural (culture fit e culture add): O candidato compartilha os valores da empresa e da equipe? Ele trará novas perspectivas que podem enriquecer o time?
Não descarte um candidato promissor apenas porque falta uma ou duas tecnologias "desejáveis" no currículo, especialmente se ele demonstrar uma forte base de conhecimento, capacidade de aprendizado rápido e entusiasmo pela oportunidade.
6. Glossário
Este glossário visa fornecer explicações simples e diretas para alguns dos termos técnicos mais comuns encontrados em currículos, descrições de vagas e no dia a dia do mundo da tecnologia. Ele servirá como um guia de referência rápida para consulta após o treinamento.
- Agile (Metodologia Ágil)
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Uma abordagem para o desenvolvimento de software (e gerenciamento de projetos em geral) que enfatiza a colaboração, a entrega incremental, a flexibilidade e a resposta rápida a mudanças. Exemplos incluem Scrum e Kanban.
- API (Application Programming Interface - Interface de Programação de Aplicações)
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Um conjunto de regras e protocolos que permite que diferentes sistemas ou componentes de software se comuniquem e troquem informações entre si. Funciona como um "contrato" que define como interagir com um serviço ou funcionalidade.
- Backend
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A parte "dos bastidores" de uma aplicação ou site, que lida com a lógica do servidor, o processamento de dados, o acesso a bancos de dados e a comunicação com outros sistemas. O usuário final não interage diretamente com o backend.
- Banco de Dados (Database)
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Um sistema organizado para armazenar, gerenciar e recuperar grandes volumes de dados de forma eficiente e segura. Pode ser relacional (SQL) ou não relacional (NoSQL).
- Big Data
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Termo usado para descrever conjuntos de dados extremamente grandes e complexos (em volume, velocidade e variedade) que não podem ser facilmente processados ou analisados com ferramentas tradicionais.
- Bug
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Um erro, falha ou defeito em um software ou sistema que faz com que ele produza um resultado incorreto ou inesperado, ou se comporte de maneira não intencional.
- CI/CD (Continuous Integration/Continuous Delivery ou Deployment - Integração Contínua/Entrega ou Implantação Contínua)
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Um conjunto de práticas e ferramentas DevOps que visa automatizar os processos de construção, teste e implantação de software, permitindo entregas mais rápidas, frequentes e confiáveis.
- Cloud Computing (Computação em Nuvem)
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A entrega de serviços de computação – como servidores, armazenamento, bancos de dados, redes, software, análise e inteligência – pela Internet ("a nuvem") para oferecer inovação mais rápida, recursos flexíveis e economias de escala. Principais provedores incluem AWS, Azure e GCP.
- Contêiner (Container)
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Uma unidade padrão de software que empacota o código e todas as suas dependências (bibliotecas, ferramentas, etc.) para que a aplicação possa ser executada de forma rápida e confiável em diferentes ambientes de computação. Docker é a tecnologia de contêiner mais popular.
- CSS (Cascading Style Sheets - Folhas de Estilo em Cascata)
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Uma linguagem de estilo usada para descrever a apresentação (aparência visual e formatação) de um documento escrito em uma linguagem de marcação, como HTML. Controla cores, fontes, layouts, etc.
- DevOps
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Uma cultura, filosofia e conjunto de práticas que enfatiza a colaboração e comunicação entre as equipes de desenvolvimento de software (Dev) e operações de TI (Ops), com o objetivo de automatizar e otimizar o ciclo de vida de desenvolvimento de software.
- Firewall
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Um dispositivo de segurança de rede (pode ser hardware ou software) que monitora e controla o tráfego de rede de entrada e saída com base em regras de segurança predeterminadas. Atua como uma barreira entre uma rede interna confiável e redes externas não confiáveis (como a Internet).
- Framework
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Uma estrutura de suporte que fornece um conjunto de ferramentas, bibliotecas e padrões pré-definidos para facilitar e agilizar o desenvolvimento de software. Ex:.NET, Ruby on Rails, Django, Angular.
- Frontend
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A parte de uma aplicação ou site com a qual o usuário interage diretamente. Inclui a interface do usuário (UI), o design visual e a lógica que roda no navegador do cliente.
- Git
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Um sistema de controle de versão distribuído, amplamente utilizado para rastrear mudanças no código-fonte durante o desenvolvimento de software e para facilitar a colaboração entre desenvolvedores. GitHub e GitLab são plataformas populares que hospedam repositórios Git.
- HTML (HyperText Markup Language - Linguagem de Marcação de Hipertexto)
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A linguagem de marcação padrão usada para criar e estruturar o conteúdo de páginas web e aplicações web.
- Java
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Uma linguagem de programação popular, orientada a objetos, multiplataforma, amplamente utilizada para desenvolver aplicações corporativas, aplicações Android, sistemas de Big Data, entre outros.
- JavaScript
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Uma linguagem de programação de alto nível, interpretada, amplamente utilizada para adicionar interatividade e comportamento dinâmico a páginas web (frontend). Com Node.js, também pode ser usada no backend.
- Kanban
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Uma metodologia ágil visual para gerenciar o fluxo de trabalho. Utiliza um quadro (Kanban Board) para visualizar as tarefas, limitar o trabalho em progresso (WIP) e maximizar a eficiência.
- Kubernetes (K8s)
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Uma plataforma de orquestração de contêineres open-source para automatizar a implantação, o dimensionamento e o gerenciamento de aplicações em contêineres.
- LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)
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A legislação brasileira que estabelece regras sobre a coleta, tratamento, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais. Similar ao GDPR europeu.
- Linguagem de Programação
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Um conjunto formal de regras e vocabulário usado para escrever instruções que um computador pode executar. Ex:: Python, Java, C#, JavaScript, Ruby.
- Linux
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Um sistema operacional open-source do tipo Unix, amplamente utilizado em servidores, mainframes, dispositivos embarcados e desktops. Existem muitas distribuições Linux (ex:: Ubuntu, Red Hat, CentOS, Debian).
- Machine Learning (Aprendizado de Máquina)
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Um subcampo da Inteligência Artificial (IA) que se concentra no desenvolvimento de algoritmos e modelos estatísticos que permitem que os sistemas de computador "aprendam" com os dados e melhorem seu desempenho em tarefas específicas ao longo do tempo, sem serem explicitamente programados para cada caso.
- Malware
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Abreviatura de "malicious software" (software malicioso). É qualquer software projetado para danificar, desabilitar, obter acesso não autorizado ou realizar outras ações indesejadas em um sistema de computador. Inclui vírus, worms, cavalos de Troia, ransomware, spyware, etc.
- Microserviços (Microservices Architecture)
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Um estilo de arquitetura de software que estrutura uma aplicação como uma coleção de pequenos serviços independentes, cada um executando seu próprio processo e se comunicando através de mecanismos leves (geralmente APIs HTTP). Cada serviço é construído em torno de uma capacidade de negócio específica.
- NoSQL (Not Only SQL)
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Um tipo de banco de dados que não utiliza o modelo relacional tradicional (tabelas com linhas e colunas) e não usa SQL como sua principal linguagem de consulta. São projetados para lidar com grandes volumes de dados não estruturados ou semiestruturados e oferecem alta escalabilidade e flexibilidade. Ex:: MongoDB, Cassandra, Redis.
- Phishing
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Um tipo de ataque de engenharia social em que um criminoso tenta enganar uma vítima para que ela revele informações confidenciais (como senhas, números de cartão de crédito) ou instale malware, geralmente se passando por uma entidade confiável em um e-mail, mensagem de texto ou site falso.
- Pipeline (em TI)
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Uma série de estágios de processamento de dados ou de software onde a saída de um estágio se torna a entrada do próximo. Comum em ETL (Data Pipelines) e CI/CD (Deployment Pipelines).
- Python
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Uma linguagem de programação de alto nível, interpretada, versátil e de fácil leitura, amplamente utilizada em desenvolvimento web (backend), ciência de dados, machine learning, automação de scripts, inteligência artificial, entre outros.
- QA (Quality Assurance - Garantia da Qualidade)
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Um conjunto de processos e atividades destinados a garantir que os produtos ou serviços atendam aos padrões de qualidade especificados. Em software, envolve testes para identificar e corrigir defeitos.
- Ransomware
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Um tipo de malware que criptografa os arquivos da vítima, tornando-os inacessíveis, e depois exige o pagamento de um resgate (geralmente em criptomoeda) para fornecer a chave de descriptografia.
- React
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Uma biblioteca JavaScript open-source para construir interfaces de usuário (UI), especialmente para aplicações de página única (Single Page Applications - SPAs). Mantida pelo Facebook.
- Scrum
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Um framework ágil popular para gerenciar e desenvolver produtos complexos. Baseia-se em ciclos de trabalho curtos chamados Sprints, com papéis definidos (Scrum Master, Product Owner, Equipe de Desenvolvimento) e cerimônias específicas.
- Segurança da Informação (InfoSec)
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A prática de proteger informações e sistemas de informação contra acesso não autorizado, uso, divulgação, alteração, interrupção ou destruição. Envolve aspectos de confidencialidade, integridade e disponibilidade (CIA Triad).
- Serverless (Computação sem Servidor)
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Um modelo de execução de computação em nuvem no qual o provedor de nuvem gerencia dinamicamente a alocação e o provisionamento de servidores. Os desenvolvedores escrevem e implantam código sem se preocupar com a infraestrutura subjacente. Ex:: AWS Lambda, Azure Functions.
- SIEM (Security Information and Event Management)
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Uma solução de software que coleta e analisa dados de eventos de segurança de diversas fontes na rede (servidores, firewalls, IDS/IPS, etc.) para fornecer uma visão centralizada da postura de segurança, identificar ameaças em tempo real e facilitar a resposta a incidentes.
- Sprint
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No Scrum, um período fixo e curto (geralmente de 1 a 4 semanas) durante o qual a equipe de desenvolvimento trabalha para criar um incremento de produto "Pronto" e potencialmente utilizável.
- SQL (Structured Query Language - Linguagem de Consulta Estruturada)
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A linguagem padrão usada para gerenciar e manipular dados em bancos de dados relacionais. Usada para criar, ler, atualizar e deletar dados (operações de CRUD).
- UI (User Interface - Interface do Usuário)
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O ponto de interação e comunicação entre um ser humano e um computador, software ou dispositivo. Inclui os elementos visuais (botões, menus, ícones) e como o usuário interage com eles.
- UML (Unified Modeling Language - Linguagem de Modelagem Unificada)
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Uma linguagem de modelagem visual padrão usada para especificar, visualizar, construir e documentar os artefatos de um sistema de software. Inclui diagramas como Casos de Uso, Diagramas de Classe, Diagramas de Sequência, etc.
- UX (User Experience - Experiência do Usuário)
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A percepção e os sentimentos gerais de uma pessoa ao usar um produto, sistema ou serviço específico. Envolve aspectos como usabilidade, utilidade, acessibilidade e o prazer proporcionado pela interação.
- VPN (Virtual Private Network - Rede Privada Virtual)
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Uma tecnologia que cria uma conexão segura e criptografada por uma rede menos segura (como a Internet), permitindo que os usuários enviem e recebam dados como se seus dispositivos estivessem diretamente conectados a uma rede privada. Usada para acesso remoto seguro e privacidade.
7. Quiz
Segue um quiz para fixar os conhecimentos adquiridos:
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Sobre linguagens de programação, qual afirmação melhor descreve seu propósito?
A) São aplicativos prontos usados pelos desenvolvedores para criar interfaces.
B) São idiomas humanos traduzidos para computadores por intérpretes humanos.
C) São linguagens formais com as quais desenvolvedores escrevem instruções que o computador executa.
D) São bancos de dados com código já escrito para agilizar o desenvolvimento.
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Um Desenvolvedor Frontend típicamente não seria responsável por:
A) Implementar o layout e interatividade de uma página web usando HTML, CSS e JavaScript.
B) Garantir que um site seja responsivo em diferentes tamanhos de tela.
C) Otimizar consultas SQL de um banco de dados para melhorar performance.
D) Trabalhar em conjunto com designers para aplicar um visual atrativo ao site.
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Qual das atividades abaixo é atribuição clara de um Analista de Testes/QA?
A) Desenvolver novas funcionalidades em código de produção.
B) Identificar e reportar bugs no software antes da entrega ao usuário final.
C) Definir a arquitetura de microserviços de um novo sistema.
D) Gerenciar servidores e configurar pipelines de implantação.
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A diferença principal entre um Cientista de Dados e um Engenheiro de Dados é:
A) Cientistas de Dados gerenciam bancos de dados relacionais, enquanto Engenheiros de Dados criam dashboards.
B) Cientistas de Dados focam em análises e modelos preditivos, enquanto Engenheiros de Dados focam em construir pipelines e infraestrutura de dados.
C) Engenheiros de Dados escrevem código e Cientistas de Dados não programam.
D) Engenheiros de Dados trabalham apenas com dados não estruturados e Cientistas de Dados com estruturados.
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No contexto de DevOps, o que significa CI/CD?
A) Integração Contínua e Entrega Contínua – práticas de automatizar o processo de integração de código e implantação frequente de software.
B) Computação Interna e Desenvolvimento Colaborativo – modelo de programar em pares presencialmente.
C) Controle Integrado de Dados – política de segurança de banco de dados.
D) Comunicação Interna/Externa – estratégia de gestão de equipes de desenvolvimento distribuídas.
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Qual função é diretamente responsável por planejar a estrutura de alto nível de um sistema de software, escolhendo tecnologias e dividindo em componentes?
A) Desenvolvedor Full Stack
B) Analista de Negócios
C) Arquiteto de Software
D) Scrum Master
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DBA e Administrador de Dados diferem porque:
A) O DBA cria diagramas entidade-relacionamento e o Administrador de Dados instala servidores de banco de dados.
B) O DBA é focado na parte operacional/infra do banco (performance, backups) e o Administrador de Dados na parte conceitual dos dados (modelagem, padrões) estrategiaconcursos.com.br .
C) Ambos são nomes diferentes para o mesmo cargo.
D) O Administrador de Dados trabalha apenas com Big Data, e o DBA com bancos transacionais.
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Qual das opções não é responsabilidade típica de um Analista de Segurança da Informação?
A) Monitorar logs e detectar possíveis invasões ou atividades suspeitas.
B) Aplicar patches de segurança em servidores e softwares.
C) Desenvolver novas funcionalidades em uma aplicação web pública.
D) Conduzir testes de vulnerabilidade e orientar a equipe sobre correções necessárias.
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Quem é tipicamente responsável por construir pipelines de dados que coletam, transformam e armazenam grandes volumes para uso posterior?
A) Engenheiro de Dados
B) Cientista de Dados
C) Analista de BI
D) DBA
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Qual das ferramentas abaixo é mais utilizada para Infrastructure as Code (IaC)?
A) Jenkins
B) Terraform
C) Grafana
D) Power BI
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Em uma equipe Scrum, qual papel facilita reuniões, remove impedimentos e ajuda o time a seguir as práticas ágeis?
A) Product Owner
B) Scrum Master
C) Tech Leader
D) Analista de Requisitos
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Hoje, a linguagem recomendada pelo Google para desenvolvimento nativo Android é:
A) Java
B) Kotlin
C) Swift
D) Objective-C
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Qual profissional foca em pesquisa de usuários, testes de usabilidade e fluxos de navegação (experiência), e não apenas na estética visual?
A) Web Designer
B) Analista de UX
C) Desenvolvedor Frontend
D) Analista de Infra
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Docker é melhor descrito como:
A) Sistema operacional alternativo para servidores
B) Ferramenta de versionamento de código
C) Plataforma de containers que empacota aplicação e dependências em ambientes isolados
D) Agente de monitoramento de desempenho
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Agendar e testar rotinas de backup e restore do banco faz parte principal do dia a dia de qual cargo?
A) Administrador de Dados
B) DBA
C) Engenheiro de Dados
D) Analista de Segurança
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Ao projetar uma solução que usa serviços gerenciados de nuvem, define VPCs, sub-redes, autoscaling e scripts Terraform. Esse é o trabalho típico de:
A) Arquiteto de Software
B) Arquiteto de Solução
C) Arquiteto Cloud
D) Analista de Sistemas Operacionais
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Criar dashboards visuais que mostram métricas de negócio em tempo quase real é atividade-chave de:
A) Analista de BI
B) Desenvolvedor Full Stack
C) Cientista de Dados
D) Engenheiro de Dados
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Qual prática DevOps visa executar testes e deploys de forma automática a cada alteração de código?
A) Pair Programming
B) Integração Contínua / Entrega Contínua (CI/CD)
C) Waterfall
D) Teste de Unidade Manual
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VLAN, roteamento BGP e firewalls de borda são temas mais relacionados ao trabalho de:
A) Arquiteto de Rede
B) Analista de Testes/QA
C) Web Designer
D) DBA
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Detectar padrões suspeitos em logs centralizados usando SIEM faz parte das tarefas de:
A) Analista de Sistemas Operacionais
B) Analista de Segurança/Cibersegurança
C) Agilista
D) Cientista de Dados
Gabarito: 1. C | 2. C | 3. B | 4. B | 5. A | 6. C | 7. B | 8. C 9. A | 10. B | 11. B | 12. B | 13. B | 14. C | 15. B | 16. C | 17. A | 18. B | 19. A | 20. B